Donald Trump Jr e Eric Trump responsabilizaram, nesta quinta-feira (2), em um tribunal de Nova York, os contadores encarregados de elaborar as demonstrações financeiras da empresa familiar Trump Organization, que segundo as autoridades, eram fraudulentos.

Os dois filhos mais velhos do ex-presidente americano Donald Trump foram os primeiros membros da família a testemunhar no julgamento em que a empresa é acusada de inflacionar o valor de seus ativos em bilhões de dólares para obter empréstimos bancários e condições de seguro mais favoráveis.

Ambos são vice-presidentes executivos da Trump Organization, um conglomerado de empresas que gere edifícios residenciais, arranha-céus de escritórios, hotéis de luxo e campos de golfe em todo o mundo.

Don Jr, 45 anos, vestido como seu irmão em um terno azul escuro, gravata azul claro e cabelo engomado penteado para trás, foi o primeiro a subir ao estrado e declarou que, embora assinasse as demonstrações financeiras, confiava na perícia dos contadores sobre sua exatidão.

O seu irmão mais novo, Eric, de 39 anos, teve mais dificuldades sob o intenso interrogatório de Andrew Amer, advogado da Procuradoria-Geral de Nova York, que conduz o caso.

“Acho que nunca vi ou trabalhei em uma declaração sobre a situação financeira”, afirmou Eric Trump no início.

Em seguida, ele foi forçado a se retratar depois que Amer lhe mostrou um e-mail de agosto de 2013 em que um colega disse a Eric Trump que ele estava “trabalhando nas notas da situação financeira anual do Senhor Trump” e pedia informações sobre a situação dos campos de golfe.

“Somos uma organização imobiliária gigantesca”, declarou Eric Trump, levantando a voz. “Certamente, temos demonstrações financeiras.”

Como seu irmão havia relatado antes, Eric Trump disse que ele confiava nas empresas de contabilidade que lhe forneciam informações para os credores.

Espera-se que o ex-presidente Trump preste depoimento na segunda-feira, quase um ano antes do dia das eleições presidenciais de 5 de novembro de 2024, nas quais espera voltar à Casa Branca.

Será a primeira vez que o ex-presidente, de 77 anos, testemunha publicamente em um dos vários casos civis e penais que ele acumula.

A filha do ex-presidente, Ivanka Trump, que deixou a Trump Organization em 2017 para se tornar conselheira de seu pai na Casa Branca, não é acusada, mas também foi convocada a depor, embora tenha recorrido da intimação.