Os seis filhos de Pelé, morto em 29 de dezembro vítima de um câncer no cólon, concordaram com a inclusão de Gemima, enteada do Rei do Futebol, entre os herdeiros. O inventário está sendo tocado pela 2ª Vara de Família e Sucessões de Santos e a família tem prezado pela discrição. O Estadão apurou que o valor total da herança ainda está sendo levantado pelos advogados. Estima-se que Pelé tenha deixado fortuna de R$ 78 milhões.

Nascida nos Estados Unidos, Gemima é filha de Assíria Lemos, com quem Pelé se casou em 1994. A menina tinha apenas três anos na época da união e cresceu tendo o Rei como figura paterna, apesar de não ter sido citada no testamento. Ela reivindicou o direito à herança alegando “laço socioafetivo”. Gemima e Pelé mantiveram boa relação mesmo após a lenda do futebol se divorciar de sua mãe. A família aguarda a decisão da Justiça sobre o pedido de inclusão da enteada no inventário.

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O Estadão apurou, ainda, que os filhos de Pelé ainda não realizaram o exame de DNA para que possa comprovar a existência de uma nova filha do Rei do Futebol. Pelé respondia na Justiça uma ação de paternidade movida por Maria do Socorro Azevedo, que é representada pela Defensoria Pública de São Paulo e alega ser sua filha, tornando-a também herdeira legítima do jogador. O Rei não recorreu e decidiu que ia fazer o teste de DNA, mas acabou morrendo antes de realizar o exame. Ele citou a possibilidade de ter uma outra filha em seu testamento e os filhos prontamente entenderam que o exame era necessário para dar continuidade ao processo do inventário de maneira harmoniosa, mas também para a questão acabar não sendo julgada de maneira inadequada nos tribunais.

Em março, Márcia Aoki, viúva de Pelé, concordou que o inventário do marido ficasse sob a administração de Edinho, filho mais famoso do Rei. Com o aval dos irmãos, o ex-goleiro pediu para administrar a herança do pai assim que o inventário foi aberto, argumentando estar em posse de bens do inventariado e mais familiarizado com os negócios da família. A transferência da função de inventariante foi apreciada pela 2ª Vara de Família e Sucessões de Santos.

A PARTILHA

No testamento, assinado em 2020, Pelé destina 30% de todos os seus bens a Márcia – incluindo uma casa no Guarujá -, 60% a serem divididos para os seis filhos e outros 10% para dois netos, filhos de Sandra Regina, morta em 2006, filha que ele nunca reconheceu. Caso Maria do Socorro seja reconhecida como herdeira legítima, ela entra na divisão dos 60% com os filhos.

Márcia se casou com Pelé em 2016, quando o Rei já tinha 75 anos. De acordo com o Código Civil brasileiro, todas as pessoas acima de 70 anos devem se casar com separação de bens. Com 56 anos, ela era a terceira mulher do atleta e o namorava desde 2010. A viúva, que atualmente trabalha em uma empresa de importação de suplementos médicos, conheceu Pelé enquanto estudava administração em Nova York, EUA, na década de 1980. Ela é de Penápolis, interior de São Paulo.

Antes de Márcia, Pelé havia sido casado duas vezes: com Rosimeri Cholbi e com a cantora gospel Assíria Nascimento. Edinho, de 52 anos, Jennifer, 43, e Kely, 54, são os filhos que Pelé teve com Rosemeri. Os gêmeos Celeste e Joshua, de 26 anos, são frutos da relação dele com Assíria. Sandra, morta em 2006 vítima de câncer, foi fruto de uma relação rápida que o Rei teve com Anísia Machado, em 1966. O reconhecimento da paternidade se deu anos depois por meio de exame de DNA. Flávia Cristina é filha de Lenita Kurtz, que se relacionou com Pelé em 1969.