Ex-coordenador da seleção brasileira masculina, Juninho Paulista disse em entrevista ao site ge.com que o zagueiro Gabriel Magalhães perdeu espaço no time do Brasil por causa do nascimento de seu primeiro filho. O jogador do Arsenal passou a ter poucas chances com Tite e não foi convocado para a Copa do Mundo do Catar, no fim do ano passado. A declaração ganhou repercussão nas redes sociais, com muitos torcedores reprovando os comentários do ex-funcionário da CBF.

“São escolhas. Eu passei por isso. Nasceu um filho meu, fiquei esperando na Inglaterra e no dia seguinte vim ao Brasil porque tinha machucado o meu joelho e precisava me recuperar o mais rápido possível. A minha esposa ficou lá 40 dias sozinha, com a ajuda de babá. Isso prejudicou?”, disse Juninho. “Na hora de pesar, você vai colocar tudo na balança, é inevitável, você vai colocar tudo isso na balança. Vem o outro, joga e aí acontece de perder um pouco espaço”, completou.

Em março de 2022, Gabriel Magalhães estava entre os convocados para os duelos com Chile e Bolívia, pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo. O defensor pediu a Tite e Juninho a liberação da seleção para acompanhar o nascimento do filho e foi atendido, sendo substituído por Felipe, do Atlético de Madrid. O atleta voltou a ser chamado, mas foi pouco utilizado. Tite decidiu levar os zagueiros Éder Militão, Marquinhos, Thiago Silva e Bremer para a Copa.

A declaração de Juninho Paulista teve repercussão negativa entre os torcedores brasileiros. Alguns relembraram o caso do meio-campista inglês Fabian Delph, que foi liberado no meio da Copa do Mundo da Rússia, em 2018, para acompanhar o nascimento do filho. À época, o técnico Gareth Southgate disse que “algumas coisas na vida são mais importantes do que futebol” e demonstrou apoio ao atleta, que voltou ao Mundial dias depois e participou da campanha que assegurou o quarto lugar à seleção inglesa.

Outros torcedores relembraram a forte declaração do técnico Sarunas Jasikevicius, da Lituânia, que defendeu a liberação do pivô brasileiro Augusto Lima antes do terceiro jogo das semifinais do campeonato local, em 2017, para acompanhar o nascimento da filha, na Espanha. Ao ser questionado por um repórter sobre a ausência do atleta, em entrevista coletiva, Sarunas foi enfático. “Quando você tiver seu primeiro filho, você vai entender o que é a coisa mais importante nessa vida. Nada pode ser mais majestoso nesse mundo do que o nascimento de uma criança. Acredite em mim.”

Gabriel Magalhães não foi convocado para a seleção brasileira após a saída de Tite, ficando fora das duas listas elaboradas por Ramon Menezes. Um dos pilares do vice-campeonato do Arsenal no Campeonato Inglês, o defensor chegou a ironizar sua ausência na seleção nas redes. Ele postou a imagem de uma bola de basquete e escreveu “novo trabalho”.

Agora, o zagueiro do Arsenal aguarda nova chance com Fernando Diniz, técnico interino da seleção até a chegada do italiano Carlo Ancelotti, atualmente no Real Madrid. Diniz vai conciliar a função com seus compromissos no Fluminense e estreará no cargo na abertura das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026, em setembro.

Seu primeiro jogo no comando interino do Brasil será contra a Bolívia, dia 4, ainda em local a definir. Depois, o próximo compromisso será contra o Peru, em Lima, no dia 12. O novo interino estará à frente da seleção em mais quatro jogos das Eliminatórias: contra Venezuela e Uruguai, em outubro, e Argentina e Colômbia, em novembro.