Filho se passa por mãe morta para receber pensão na Itália

SÃO PAULO, 26 NOV (ANSA) – Um italiano de 57 anos foi preso na cidade de Borgo Virgilio, perto de Mântua, suspeito de fraudar benefícios ao se passar pela própria mãe, morta em 2022, para continuar recebendo a pensão dela.   

O caso ocorreu no dia 11 de novembro, mas foi divulgado nesta terça-feira (25) pelo jornal “Corriere della Sera”.   

O homem, cujo nome não foi revelado pelas autoridades, é filho de Graziella Dall’Oglio, falecida em 2022, aos 82 anos. Desde então, ele ocultava a morte da mãe para manter o recebimento mensal do benefício, cujo valor não foi informado.   

Recentemente, a farsa ganhou novos contornos quando ele se vestiu de mulher para se passar por Graziella, convocada a renovar o documento de identidade.   

Segundo o jornal, o suspeito usou vestido, maquiagem, peruca, brincos e até tentou alterar a própria voz. Apesar do disfarce, funcionários do cartório desconfiaram e acionaram as autoridades.   

Relatos indicam que pelos escuros na nuca, nas mãos e no queixo do ex-enfermeiro ? atualmente desempregado ? chamaram a atenção da polícia, que passou a investigar o caso.   

Ao analisar imagens de segurança do cartório, os agentes notaram que a suposta idosa dirigia, embora Graziella não tivesse carteira de habilitação. Em seguida, consultaram o banco de dados de saúde da mulher, que não apresentava registros recentes.   

Os policiais então convocaram a “idosa” de volta ao cartório, alegando pendências na renovação do documento. No local, o homem disfarçado foi abordado por um agente à paisana e conduzido à delegacia, onde confessou a farsa.   

Os policiais encontraram o corpo de Graziella mumificado na casa do italiano, que é acusado de ocultação de cadáver, fraude, falsa identidade e falsificação de documento público. Uma autópsia foi solicitada para determinar a causa da morte, embora a polícia acredite que ela tenha ocorrido por causas naturais.   

“Ela não estava em lugar nenhum, e ele também. Era como se estivessem isolados do mundo. Havia assinaturas da idosa em alguns processos urbanísticos, mas não correspondiam exatamente à assinatura autêntica”, declarou o prefeito de Borgo Virgilio, Francesco Aporti, à imprensa local. (ANSA).