Cabe a um ex-jogador de tênis, o catari Nasser Ghanim Al-Khelaifi, a missão de tirar o astro Neymar a fórceps da companhia de Lionel Messi e Luis Suárez no Barcelona e levá-lo ao Paris Saint-Germain. Diretor-presidente do clube de Paris, o empresário articula junto ao fundo de investimentos Qatar Sports a fábula de R$ 810 milhões, fora os salários, a ser destinada ao clube catalão como indenização pelo recrutamento do brasileiro. Tudo em nome do maior objetivo da equipe: a conquista da Liga dos Campeões da Europa na temporada 2017/2018.

Filho de pescadores, de família modesta, e ex-atleta medíocre no cenário internacional, Nasser Al-Khelaifi tem trajetória de sucesso no Catar. Próximo do emir do país, Tamim ben Hamad Al Thani, ex-dirigente da Autoridade de Investimento do Catar – o fundo soberano do país -, tornou-se político e depois homem de negócios. Foi presidente do grupo de mídia beIN, canal esportivo que arrebatou os direitos de transmissão de grandes campeonatos. A seguir, foi nomeado presidente do PSG, logo após a compra do clube pelo fundo catari em 2011.

A desconfiança em torno de sua gestão foi pouco a pouco diminuindo até quase desaparecer aos olhos dos torcedores mais fanáticos quando o dirigente decidiu reintroduzir as torcidas organizadas, as “ultras”, do Paris Saint-Germain. Banidas das arquibancadas do estádio Parque dos Príncipes por violência e extremismo político, voltaram no ano passado e agradecem o resgate ao catari.

Habilidoso na contratação de craques – graças sobretudo à conta bancária do clube -, Nasser Al-Khelaifi foi eleito em 2015 pela rede ESPN a sétima personalidade mais influente do futebol mundial, mas em 2016 quase perdeu o posto. Depois de apostar alto na contratação de Unai Emery como treinador, o Paris Saint-Germain amargou o vexame da eliminação para o Barcelona do Camp Nou em humilhante 6 a 1, revertendo a vitória de 4 a 0 em Paris.

Em junho, após o fracasso e a nomeação de novo diretor esportivo, Antero Henrique, Nasser Al-Khelaifi chegou a insinuar possível demissão do cargo. Mas um mês e meio depois a ambição de tornar o clube campeão da Europa parece ainda estimulá-lo.

Depois de contratar mais um brasileiro, o lateral-direito Daniel Alves, para a equipe, Nasser Al-Khelaifi agora estaria negociando pessoalmente os detalhes da eventual transferência de Neymar ao Paris Saint-Germain. Segundo o jornal Le Parisien, a contratação, que seria a maior da história, é parte do projeto de Al-Khelaifi de oferecer ao PSG seu trio espetacular com Neymar, Cavani e Alexis Sanchez, hoje no Arsenal, mas também na mira.

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A questão em Paris é como equacionar a fortuna necessária para as contratações. Um dos caminhos especulados é a renegociação do contrato entre Paris Saint-Germain e a companhia aérea Emirates, que rende ao clube entre 25 milhões de euros (R$ 91,2 milhões) e 28 milhões de euros (R$ 102,2 milhões) por ano, valor que se soma aos 23 milhões de euros (R$ 83,9 milhões) da Nike. Os contratos são bem inferiores aos do Barcelona, clube com a terceira camisa mais valiosa do mundo, com 35 milhões de euros (R$ 127,7 milhões) da Qatar Airways e 80 milhões de euros (R$ 292 milhões) da Nike.


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