05/01/2024 - 12:34
O filho do indigenista Bruno Pereira, Pedro, de 5 anos, foi diagnosticado com neuroblastoma estágio 4, um tipo de câncer muito agressivo e está passando por tratamento. A antropóloga Beatriz de Almeida Matos, mãe da criança, criou uma vaquinha virtual para poder arcar com as despesas.
Considerado um dos maiores especialistas em povos isolados do País, Bruno Pereira foi assassinado em junho de 2022 no Vale do Javari, quando realizava uma expedição com o jornalista inglês Dom Phillips, que também foi morto.
“Depois de 5 meses fazendo quimioterapia em hospital público, a luta do Pedro é para que o câncer não se espalhe. Isso só pode ser evitado com um medicamento caríssimo (betadinutuximabe), que tem de ser importado e não é oferecido pelo SUS”, explicou Beatriz na descrição da plataforma de arrecadação Vakinha.
De acordo com a plataforma, a meta é conseguir R$ 2 milhões. Até o fim da manhã desta sexta-feira, 5, a campanha havia arrecadado pouco mais de R$ 745 mil, oriundos de cerca de 8,4 mil doadores.
Qual o câncer de Pedro?
O neuroblastoma é um tipo de câncer que quase sempre atinge crianças até 5 anos de idade. A maioria dos neuroblastomas se desenvolve nas glândulas adrenais (próximas aos rins), mas pode atingir outros órgãos. No estágio 4, a doença já atingiu os gânglios linfáticos.
“Pedro é filho de Bruno Pereira, um dos indigenistas mais combativos do Brasil, assassinado covardemente em junho de 2022. Um crime que comoveu o mundo e indignou o país. Bruno dedicou a vida à Amazônia. Denunciou o garimpo ilegal e a pesca predatória. Combateu o desmatamento e a grilagem de terras. Enfrentou os invasores das áreas protegidas. Lutou pelos povos indígenas. Defendeu a floresta, o nosso futuro, o futuro dos nossos filhos. Agora, a batalha do Pedro, o filho do Bruno e da antropóloga Beatriz de Almeida Matos, é pela vida”, escreveu Beatriz.
“Vamos salvar o Pedro. Entra nessa vaquinha. Colabore como puder. Pedro é filho do Bruno. Pedro é filho da Beatriz. Pedro é nosso filho. É filho do Brasil. Salve Pedro”, acrescentou a antropóloga.