10/01/2023 - 15:00
A lista de erros, mentiras e suspeitas de George Santos, o brasileiro que inventou um currículo e foi eleito deputado federal nos Estados Unidos, aumenta a cada dia. Depois de admitir ter ’embelezado’ seu passado acadêmico e levantar controvérsias, o político irritou colegas. Nesta terça-feira, 10, os deputados Daniel Goldman e Ritchie Torres, de Nova York, apresentaram uma queixa formal ao Comitê de Ética da Câmara pedindo uma investigação sobre o republicano.
“A Câmara dos Representantes tem a obrigação de se policiar, e este é apenas o começo de nossa missão de responsabilizar George Santos perante seus eleitores e o povo americano”, disse Goldman, em comunicado.
De acordo com o The New York Times, o deputado enfrenta outra queixa na Comissão Eleitoral Federal. Santos foi acusado de usar dinheiro de campanha indevidamente, inclusive para despesas pessoais. A CBS News divulgou na segunda-feira, 9, que há mais incoerências, como o fato do político “enviar informações falsas sobre a fonte de suas doações de campanha”. Um dos pontos duvidosos é o de como Santos fez uma doação considerável para sua própria campanha – ele alegou ter disposto de mais de US$ 700 mil.
“Cmo ele poderia ter feito isso com seus próprios fundos, porque relatórios de divulgação financeira indicam que Santos tinha apenas US$ 55 mil em seu nome em 2020”, diz a CBS. A origem do dinheiro agora virou algo de apuração.
Santos foi eleito para o Congresso norte-americano em novembro. Filho de imigrantes brasileiros, conquistou votos com base no “sonho americano”, contando a história de que havia se formado, por exemplo, no Baruch College em 2010. No entanto, ele não passou por essa instituição e sequer tem ensino superior. Também afirmou que era profissional de sucesso na área de finanças passando por empresas como Citigroup e Goldman Sachs. A verdade é que ele não trabalhou diretamente para as companhias. A farsa só aumenta.