Josemi Alves Lourenço, que completaria 58 anos na última sexta-feira (15), morreu há pouco mais de um mês, vítima da Covid-19. No começo de dezembro de 2020, ele deu entrada no Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, zona norte do Rio de Janeiro, mas a unidade de saúde não tinha vaga de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).

A vítima permaneceu 11 dias intubada em uma ala específica para casos graves e, após a família conseguir na Justiça uma liminar para que fosse remanejado para um leito de UTI, ele morreu no momento da transferência.

Em depoimento ao UOL, Alessandra Lourenço, de 31 anos, filha de Josemi, falou sobre não ter conseguido salvar a vida do pai. “Era um sentimento de injustiça, porque conseguimos uma vaga, mas a transferência não seria imediata. E é uma vida que está ali. Eu só queria salvar a vida do meu pai”, disse.

Alessandra também contou sobre o momento em que a família conseguiu o leito para Josemi. “Nós então conseguimos esse leito na Fiocruz [Fundação Oswaldo Cruz], no dia 14. Eu e minha família fomos para a Fiocruz e meu irmão foi para o Salgado Filho para podermos acompanhar essa transferência”, revelou.

Ela ainda relembrou a dor de perder o pai em meio a transferência. “Na hora da transferência, os médicos falaram que ele não aguentou: teve uma parada cardíaca e veio a óbito. A ambulância já estava lá esperando, mas, no momento de transferir um tubo para o outro, ele não resistiu. É uma sensação horrível de impotência”, finalizou.