Filha recebe Nobel da Paz em nome de opositora venezuelana na Noruega

OSLO, 10 DEZ (ANSA) – Ana Corina Sosa Machado, filha da líder da oposição venezuelana María Corina Machado, recebeu nesta quarta-feira (10) o Prêmio Nobel da Paz de 2025 em nome da mãe, que não pôde comparecer pessoalmente à cerimônia em Oslo.   

Na ausência da laureada, Ana Corina subiu ao palco, recebeu a honraria e leu um discurso de Machado sobre a luta do país pela democracia.   

No texto, a opositora condena o “terrorismo de Estado” do governo venezuelano e afirma que 2,5 mil pessoas foram “sequestradas, desaparecidas e torturadas” sob o regime do presidente Nicolás Maduro.   

“Esses são crimes contra a humanidade, documentados pelas Nações Unidas. Terrorismo de Estado, perpetrado para sufocar a vontade do povo”, declarou a filha ao ler as palavras da mãe.   

O discurso também reforça que “para termos democracia, precisamos estar prontos para lutar pela liberdade”. Segundo Ana Corina, sua mãe retornará à Venezuela “muito em breve”.   

“Ela quer viver em uma Venezuela livre e nunca desistirá desse objetivo. É por isso que todos nós sabemos, e eu também sei, que ela retornará à Venezuela muito em breve”, concluiu.   

Por sua vez, o presidente do Comitê do Nobel, Jorgen Watne Frydnes, afirmou que Maduro “deveria aceitar os resultados das eleições e renunciar”.   

“Lance as bases para uma transição pacífica para a democracia.   

Porque essa é a vontade do povo venezuelano”, acrescentou, sob aplausos dos presentes.   

Em seu discurso, Watne Frydnes também destacou o trabalho pacífico realizado por Machado para promover a democracia, apesar das constantes ameaças.   

“Eles tentaram o diálogo, a organização, a mobilização e uma ampla campanha eleitoral. Machado pediu atenção, apoio e pressão da comunidade internacional ? não uma invasão da Venezuela”, enfatizou.   

Pouco antes do início da cerimônia, Machado entrou em contato com Watne Frydnes e disse estar “muito triste” por não conseguir chegar a tempo do evento, embora estivesse a caminho da Noruega.   

“Muitas pessoas arriscaram a vida para que eu consiga chegar em Oslo”, disse ela. (ANSA).