Está circulando nas redes sociais um vídeo gravado pela Justiça com o depoimento de Isabela Tibcherani, filha de Paulo Cupertino, falando sobre o pai, em 10 de outubro, durante o julgamento dele pelos assassinatos do namorado dela, o ator Rafael Miguel, e dos pais do artista, em 2019, em São Paulo.

A jovem se emocionou e chorou no depoimento, que durou mais de uma hora. Porém, o julgamento foi anulado depois que Cupertino destituiu o advogado de defesa alegando não se sentir protegido.

Segundo o Ministério Público (MP), em 9 de junho de 2019, Cupertino matou com 13 tiros Rafael, João Miguel e Miriam. De acordo com a acusação, o empresário cometeu o crime por ciúmes, por não aceitar o namoro da filha com o artista. Ela tinha 18 anos à época.

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A representante do Ministério Público perguntou a Isabela que punição Cupertino deu a ela quando descobriu que a filha estava namorando Rafael, quando ela disse que ficou presa.

“Oito meses, sem contato, sem celular, sem convívio com outras pessoas, só dentro de casa.” A filha do acusado também lembrou que o pai a proibiu de se relacionar com o ator ou com qualquer outro garoto, e passou a monitorar o celular dela.

“Ele falava em brincadeiras e conversas paralelas com pessoas conhecidas: ‘Você só vai namorar depois dos 30, se eu deixar'”, frisou.

Isabela ainda contou que, mesmo distante fisicamente de Rafael, usava o telefone da mãe para falar com o namorado. No total, o relacionamento dos dois durou pouco mais de um ano. E um dia eles resolveram se reencontrar. Seria a última vez que se veriam.

Rafael e os pais dele decidiram levar Isabela para a casa dela, mas, ao chegarem ao local, encontraram Cupertino abrindo o portão. Segundo Isabela, o pai a puxou para dentro, fechou a porta, e ela escutou tiros.

“A mãe do Rafael, quando viu meu pai, ela falou: ‘Você que é o pai de Isabela?’ ‘Não, eu sou a mãe.’ Me puxou para dentro e fechou o portão de maneira agressiva. Mas aí veio o Rafael, falou: ‘Não, vamos conversar’. Segurou o portão (…) Eu já estava dentro de casa (…) E eu ouvi meu pai dizendo: ‘Conversar, nada’. E a partir daí eu só ouvi os disparos. Foram muitos disparos. Eu agachei no chão. Com as mãos no ouvido, gritava muito. Falava: ‘Não, não, não’ (…) E quando os disparos terminaram, eu saí e me deparei com a cena, que era o corpo do Rafa em cima do corpo da mãe dele, que estava perto da guia (…), que estava perto do carro, e o corpo do pai do Rafael estava no meio da rua (…) Eles não tiveram tempo de muita coisa.”