O empresário brasileiro Abilio Diniz, figura de peso no setor varejista de supermercados e acionista importante do grupo francês Carrefour por meio da holding familiar Peninsula, faleceu no domingo aos 87 anos, anunciou a companhia nesta segunda-feira (19).

Em sua conta no Instagram, a equipe de Diniz informou que o empresário morreu de “insuficiência respiratória causada por pneumonia”.

“Abilio Diniz foi um aventureiro de mil vidas, um empresário excepcional, um atleta de alto nível e um homem dos meios de comunicação e da cultura”, afirmou nesta segunda o CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, na rede social X (ex-Twitter).

Mais velho de seis irmãos, Diniz nasceu em São Paulo e herdou o grupo varejista Pão de Açúcar, fundado por seu pai, um imigrante português.

A primeira loja, aberta em 1948, era uma simples padaria chamada “Pão de Açúcar”, em homenagem ao ponto turístico do Rio de Janeiro – uma das primeiras coisas que impactaram seu pai quando chegou ao Brasil.

Outras pequenas lojas vieram nos anos seguintes, mas foi em 1959 que ele e seu pai abriram o primeiro supermercado.

Eventualmente, o grupo Pão de Açúcar se tornou um império varejista, líder no Brasil, antes de ser vendido em 2012 para o grupo francês Casino.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou a “grande determinação e dedicação ao trabalho” de Diniz, “que participou da gestão, crescimento e criação de muitas empresas no Brasil”.

“Tive o prazer de ser seu amigo e conversar muitas vezes com ele sobre o rumo de nosso país”, escreveu Lula na rede social X.

– Atleta e filantropo –

Um filantropo envolvido em inúmeros projetos para melhorar a educação no Brasil, Diniz acumulava 1,3 milhão de seguidores no Facebook, onde frequentemente publicava imagens de suas proezas esportivas.

Além de ser maratonista e triatleta, também praticava várias artes marciais, incluindo caratê e capoeira. Durante a juventude, foi piloto de elite.

“Sua vitalidade, dedicação ao trabalho e fé no Brasil formaram grandes lições de vida”, reagiu, também na rede X, o vice-presidente, Geraldo Alckmin.

Em dezembro de 1989, Diniz passou por uma experiência traumática ao ser sequestrado, em São Paulo, por um grupo guerrilheiro que se opunha à ditadura de Augusto Pinochet no Chile.

“Nutria uma paixão singular pela França e por um de seus emblemas, o Carrefour, do qual era um aliado inabalável”, saudou o CEO do grupo.

Diniz era um importante acionista do Carrefour desde 2015, com 8,83% de suas ações no final de 2022. Ele integrava seu conselho de administração desde 2016 e era copresidente do comitê de estratégia.

A família Moulin, proprietária das Galeries Lafayette e principal acionista do Carrefour, destacou a “amizade sincera” e a “paixão comum pelos desafios da distribuição” que tinham Abilio Diniz e Philippe Houzé, vice-presidente do conselho de administração do Carrefour e presidente da direção da loja de departamentos.

A diretora-executiva da Peninsula, Flavia Almeida, e Eduardo Rossi, até então seu vice-presidente, “e que agora assumirá a presidência”, continuarão representando os interesses da empresa dentro do grupo Carrefour.

O velório de Diniz está marcado para esta segunda-feira em um salão do estádio do São Paulo, seu clube de futebol favorito.

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