A Fifa recorreu mais uma vez à China para financiar a Copa do Mundo de 2018, na Rússia. Nesta quinta-feira, a entidade anunciou que fechou um segundo acordo de patrocínio com um grupo chinês para o Mundial, algo inédito. Mas, do total das cotas que esperava vender para financiar o evento, menos da metade conseguiu ser preenchida por enquanto.

O novo parceiro da entidade é o grupo Hisense, fabricante de produtos eletrônicos e em grande parte desconhecido fora do mercado chinês. Para 2018, sua marca estará em todos os estádios da Rússia, ao lado de gigantes como McDonald’s e Budweiser.

A Fifa já havia assinado, em 2014, acordo com a empresa chinesa Wanda. Mas soma apenas dez patrocinadores por enquanto, comparado aos 20 que existiam na Copa do Mundo do Brasil, antes da eclosão de um escândalo de corrupção no mundo do futebol que provocou a prisão de vários cartolas em Zurique.

O sucesso comercial do evento no Brasil, com uma renda recorde de US$ 5,5 bilhões, levou a antiga administração da Fifa a propor novas cotas para patrocinadores para 2018. Um programa foi aberto para captar parceiros regionais. Semanas depois, os dirigentes foram presos e o interesse comercial desapareceu.

Desde 2015, a Fifa ainda gastou US$ 60 milhões em advogados para se defender nos tribunais e terminou o ano com um déficit de US$ 120 milhões. Cinco dos principais parceiros da entidade na Copa do Mundo de 2014, entre eles a Sony, deixaram a Fifa depois dos escândalos.

Hoje, das 34 cotas de patrocinadores que esperava conseguir para patrocinar a Copa de 2018, a Fifa obteve apenas dez. Se um ano antes da Copa no Brasil os contratos somavam US$ 404 milhões para a entidade, agora eles se limitam a US$ 246 milhões.

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Ainda em 2015, a Fifa recorreu à gigante chinesa Alibaba para financiar seu Mundial de Clubes e a empresa não exclui a possibilidade de ainda se aliar às demais marcas chinesas para também apoiar a Copa do Mundo.

O problema, segundo advogados que falaram com o Estado, não é apenas a falta de interesse. Mas o temor de empresas ocidentais de se envolverem em processos judiciais, já que o julgamento dos cartolas da Fifa sequer começou em Nova York.

O vácuo deixado principalmente por novos parceiros americanos, portanto, está sendo preenchido por chineses. “Patrocinar a Copa do Mundo é um bom caminho para que a Hisense seja rapidamente conhecida no mercado internacional”, disse o presidente da empresa, Liu Hongxin. “Nossa expansão global é estratégica”, explicou.

A Hisense não revela o valor do acordo. Mas a iniciativa teve um sinal positivo até mesmo do governo chinês. O presidente do país, Xi Jinping, colocou o futebol como a prioridade esportiva e adotou um plano para transformar a China em uma potência nos gramados.


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