A Fifa decidirá em janeiro de 2017 se a Copa do Mundo de 2026 será disputada com 40, 48 ou 32 seleções, como é atualmente, enquanto o presidente da entidade, Gianni Infantino, afirmou nesta quinta-feira ser favorável à fórmula com 48 equipes.

“Mantivemos um debate construtivo, mas não foi levado a voto”, declarou Infantino ao término da primeira das duas reuniões do Congresso da Fifa.

Infantino havia confirmado na semana passada em entrevista à AFP que era favorável a uma mudança do formato atual com 32 para 48 equipes a partir da edição de 2026 da Copa do Mundo.

“Ainda resta um trabalho de análise, e as confederações querem saber quantas de suas equipes poderão se classificar”, completou Infantino. “Até este momento tudo é possível, 32 equipes, 40 ou 48, mas estamos focados no formato com 48”, completou o presidente da Fifa.

Esta esperada decisão será tomada durante a próxima reunião do Conselho da Fifa em janeiro. O dia exato será anunciado na sexta-feira.

De acordo com o novo formato defendido por Infantino, as 16 seleções vencedoras de seus grupos nas eliminatórias se classificariam diretamente à Copa, enquanto as outras 32 seleções sairiam de uma repescagem, com a vaga sendo decidida em confrontos diretos.

– Rumo a Copas “compartilhadas” –

Esta última opção poderia deixar os torcedores reticentes a encarar uma longa viagem para assistir a apenas uma partida de sua seleção. “Mas seriam grandes partidas e o nível geral melhoraria. Além disso, é o mesmo caso quando as seleções disputam uma repescagem de ida e volta para se classificar hoje em dia”, insiste Infantino.

O ex-braço direito de Platini na Uefa afirmou também ser favorável a uma Copa do Mundo compartilhada por vários países, “porque isso permitiria repartir entre vários países as infraestruturas necessárias”.

“Não queremos elefantes brancos (estádio que não são usados após a competição). Queremos infraestruturas duradouras”, afirmou.

O presidente da Fifa apresentou também nesta quinta-feira aos membros que formam o Conselho seu programa “Fifa 2.0”, sua “visão de futuro”.0

Infantino anunciou um programa para reforçar o controle das atividades da Fifa e das 211 federações membros, que ainda sofrem com o escândalo de corrupção que sacudia a entidade.

A Fifa pretende retomar o controle da distribuição de ingressos para a Copa do Mundo, o que originou a demissão do ex-secretário-geral, o francês Jerome Valcke.

– Orçamento de 4 bilhões em 10 anos –

Mas haverá mais novidade na Copa do Mundo-2026: a organização do evento passará às mãos de uma “estrutura de gestão centralizada”, ao invés dos comitês de organização locais.

Por último, a Fifa abrirá até 2018 onze sede regionais no mundo “para responder melhor aos membros” e para “controlar melhor o andamento de seu programa de desenvolvimento”.

A entidade “continua cooperando” com as justiças norte-americana e suíça, após as revelações que envolveram membros da Fifa em denúncias de corrupção.

A Fifa dedicará 4 bilhões de dólares em 10 anos ao desenvolvimento do futebol no mundo, especialmente do futebol feminino, com a intenção de duplicar o número de jogadoras profissionais.

Em sua plataforma eleitoral, o ex-secretário-geral da Uefa prometeu um aumento substancial de ajuda financeira repartida a cada ano pelas 211 federações que integram a Fifa.

“As reformas que colocamos em prática têm como objetivo maior controle e transparência”, insistiu.

“Estamos aqui para melhorar a governança da Fifa, vocês nos julgarão pelos nossos resultados”, completou a secretária-geral da Fifa, a senegalesa Fatma Samoura.

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