Qualquer estratégia sustentável para o desenvolvimento nacional passa por uma nova industrialização do Brasil, defendeu Josué Gomes da Silva, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Ele reconheceu que a indústria de transformação está menos produtiva, mas justificou que o setor foi penalizado pela elevada carga tributária e taxas de juros altas, problemas que precisam ser equacionados para que o segmento recupere “o protagonismo que se perdeu ao longo das ultimas três, quatro décadas”.

Segundo ele, a indústria gostaria ter o mesmo tratamento de políticas de estímulo que a agricultura, por exemplo, e defendeu que haja, pelo menos, uma “tributação isonômica a todos os outros setores”.

“É inconcebível a atual taxa de juros no Brasil”, disse Josué, refutando que seja consequência de um problema fiscal, durante o seminário “Estratégias de Desenvolvimento Sustentável para o Século XXI”, promovido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em parceria com o Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e com a Fiesp.

Segundo ele, a taxa de juros no Brasil atualmente é “pornográfica”. “Não temos mais restrição externa, mas criamos nova restrição interna”, queixou-se Josué. “Se não baixarmos os juros não vai adiantar fazer política industrial.”