ROMA, 8 MAI (ANSA) – Por Emanuela De Crescenzo e Maria Elena Marsico – A Praça São Pedro, que estava de “braços abertos”, soube muito pouco sobre o novo papa Leão XIV. Assim que seu nome foi mencionado, houve um breve momento de confusão, pois muitas pessoas não sabiam quem era Robert Francis Prevost.
Da multidão presente na Basílica de São Pedro, que chegou a mais de 150 mil pessoas reunidas para acolher o novo líder da Igreja Católica, houve muita celebração entre os americanos. Os espanhóis também demonstraram euforia, mas vários italianos ficaram um pouco decepcionados com a forma como ele apareceu no Salão das Bênçãos.
“Não vestido simplesmente como o papa Francisco e nem mesmo espontâneo como ele, além de um discurso preparado”, disseram alguns fiéis, enquanto os compatriotas de Prevost esperavam que o italiano Pietro Parolin fosse ser o sucessor de Mario Bergoglio.
Os jovens foram exceção, especialmente os adolescentes, que apreciaram o primeiro tema abordado pelo novo pontífice: a paz entre os povos.
Quando a fumaça branca apareceu, um grande rugido saiu dos fiéis na Praça São Pedro, quase todos pegos de surpresa quando o rastro branco surgiu na chaminé. Muitos esperavam que ela iria aparecer somente na última votação do dia, que ocorreria mais tarde.
O grito entoado pelas pessoas foi o tradicional “Habemus Papam”, enquanto praticamente todos saltavam e agitavam bandeiras de diversos países. As celebrações foram acompanhadas pelos toques dos sinos que agitaram ainda mais o público.
“Quem o Espírito Santo escolher será o meu preferido. Porque é uma escolha de Deus que anuncia e prepara, como Pedro, quando foi escolhido por Jesus para liderar a Igreja”, disse a irmã Emília, que estava em um grupo de freiras nigerianas, entre uma dança tradicional e outra.
Ao redor da religiosa africana, diversos fiéis se ajoelharam emocionados com a histórica votação e muitas crianças pulavam de alegria. “Viva o Papa” foi outra frase muito entoada pela multidão, impaciente para conhecer o novo pontífice.
Por cerca de uma hora, enquanto as bandas marciais desfilavam, os celulares imortalizavam cada momento que aparecia nos telões, mesmo que os smartphones estivessem sem internet ou rede de telefonia.
Um helicóptero da polícia italiana e um drone, que sobrevoaram continuamente a praça e a via della Conciliazione, flagraram a chegada da multidão assim que se espalhou a notícia de que o novo papa havia sido escolhido.
Uma grande salva de palmas saudou Prevost, embora tenha havido um momento de hesitação quando seu nome como pontífice foi pronunciado. Em meio a tudo isso, a alegria incontida era dos americanos.
“Ele falou sobre paz e isso é muito importante. Fico feliz que haja um Papa americano que possa representar a parte bela da nossa nação”, declarou Mark, que é natural de Chicago, assim como Leão XIV.
Jennifer, de Massachusetts, concordou com seu compatriota: “Ele me causou uma boa impressão, ele tem olhos gentis”, declarou.
Para os americanos, que foram convidados por muitos turistas e fiéis para tirar selfies, a eleição de Prevost teve um gostinho ainda mais especial.
O novo pontífice também caiu nas graças de muitos hispânicos, que se alegraram quando Leão XIV dirigiu uma saudação no idioma espanhol.
“Se eu gosto do Papa? Não, ele me fascina! Ele saudou a Nossa Senhora do Rosário, de quem sou muito devota”, destacou Pilar, de 72 anos, que foi ao Vaticano diretamente da Espanha com dois amigos.
Entre os italianos, Franco, 64, mostrou muito entusiasmo com o papado de Leão XIV: “Ele me parece estar em continuidade com o papa Francisco”, avaliou.
Já Giovanni, um jovem romano de 14 anos, aprovou que o religioso americano abordou imediatamente a “questão da fraternidade entre os povos”.
“Acho que ele terá muitos seguidores entre os jovens, dado o discurso que fez sobre a paz. Espero que ele siga a linha de Francisco em outros tópicos”, analisou Sara, uma outra adolescente italiana.
Por fim, Davide e Elisa, que possuem 47 e 46 anos, respectivamente, mostraram dúvidas quanto ao novo papa.
“Ele me pareceu muito conservador, também pela forma como se apresentou, com sua capa vermelha e lendo um texto. Eu me pergunto: mas depois de Trump, precisávamos mesmo de um Papa americano neste momento?”, questionaram. (ANSA).