DE VOLTA Recomposto com Temer, Rodrigo Maia pode até ser o candidato do governo (Crédito:Mateus Bonomi )

Nos encontros com políticos e jornalistas, Michel Temer não cansa de repetir que considera essencial a entrada na corrida sucessória de um candidato que represente o legado de seu governo. Até agora, não fala de nomes. Mas, em Brasília, começam a surgir comentários sobre as chances de o deputado Rodrigo Maia desempenhar o papel previsto pelo presidente. Nos últimos dias, o presidente da Câmara não só se reaproximou do Planalto como declarou disposição de facilitar o caminho para a aprovação da reforma da Previdência. Sua atitude foi bem recebida e bem recompensada. Ele influiu na escolha do ministro das Cidades, Alexandre Baldy, e será ouvido nas próximas mexidas do tabuleiro. Há quem afirme que Rodrigo Maia pode se transformar no herdeiro sonhado por Temer.

Alto cargo

Na nova fase das relações com o Planalto, Maia terá atendidas antigas demandas, como a indicação do presidente do BNDES. Ele argumenta que o banco tem sede no Rio, seu território, mas foi preterido quando Maria Silvia Bastos deixou o cargo. Agora, deverá fazer o substituto de Paulo Rabello de Castro, que é candidato à Presidência pelo PSC.

À distância

Há um dado curioso na movimentação de Rodrigo Maia. Seu pai, o ex-prefeito e hoje vereador Cesar Maia, pouco fala sobre os caminhos trilhados pelo filho. Em seu blog na internet, Cesar dá opinião até mesmo sobre política internacional, mas passa ao largo das decisões da Câmara. Tudo indica que o ex-prefeito será candidato ao governo do Rio.

Marun ainda pode chegar lá

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Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

O deputado Carlos Marun (PMDB-MS) ganhou destaque ao liderar a tropa de choque do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Depois, tratou de defender o governo Temer de forma apaixonada. Com isso, seu nome passou a ser citado como substituto do tucano Antonio Imbassahy na Secretaria de Governo. Mas o PSDB reagiu e a troca foi adiada para dezembro. Mesmo assim, o polêmico Marun ainda pode ser ministro.

Rápidas

* Um dos autores da Lei da Ficha Limpa, o advogado Marlon Reis, que foi juiz no Maranhão até 2016, decidiu se candidatar ao governo de Tocantins pela Rede, à qual está filiado desde que largou a magistratura. Hoje, ele atua no departamento jurídico do partido.

* O publicitário André Gustavo Vieira, que admitiu ter repassado R$ 950 mil em propina a Aldemir Bendine, ex-presidente da Petrobras, quer fechar delação com o MPF. Com isso, a situação de Bendine pode se complicar.

* Os advogados do ex-presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, no processo da Operação “Unfair Play”, arrolaram 40 testemunhas. Entre elas, o príncipe Albert II de Mônaco, o rei da Holanda, Willem-Alexander e o rei Pelé.

* Em jantar promovido pelo Sindvarejista-DF, o ministro Henrique Meirelles foi aplaudido de pé, mas desconversou sobre sua candidatura à Presidência. Disse que só vai pensar nisso depois do 1º trimestre de 2018.

Retrato falado

“Lindbergh é um menino birrento quando contrariado, perde os limites e não respeita a fala de ninguém” (Crédito:Geraldo Magela)

O tempo fechou na sessão de quarta-feira 22 no Senado. A oposição tentou impedir a votação da medida provisória 786, que cria um fundo de até R$ 180 milhões para financiar projetos de concessão e parcerias público-privadas (PPPs). O projeto
foi aprovado, mas houve bate-boca no Plenário. O líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), criticou a condução dos trabalhos pelo presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e foi duramente repreendido pelo senador José Medeiros (foto).

Juízes de fora


O Supremo Tribunal Federal e os outros três tribunais superiores do País (STJ, TST e STM) somam no total 86 membros, mas o único deles a ter um ministro natural de Brasília é o Superior Tribunal Militar. Trata-se do ministro Artur Vidigal de Oliveira, que nasceu em outubro de 1960, cinco meses após o presidente Juscelino Kubitschek inaugurar oficialmente a nova capital federal. Até mesmo o Tribunal de Justiça do Distrito Federal, só empossou no ano passado o seu primeiro desembargador natural do Distrito Federal. Trata-se de Sandoval Gomes de Oliveira, nascido em Brasília, pouco antes da inauguração da cidade, e que há 26 anos dedica-se à magistratura

Toma lá dá cá

Jorge Tadeu Mudalen (DEM-SP), deputado federal (Crédito:Divulgação)

Seu relatório sobre a PEC 181 proíbe qualquer forma de aborto?
Meu substitutivo não trata de proibição do aborto, mas da extensão da licença maternidade em casos de partos prematuros e inclui a proteção à vida desde a concepção. As permissões para o aborto estão preservadas: se não há outro meio de salvar a mãe e a gravidez resultante de estupro

Ao ampliar a proteção à vida desde a concepção, não revoga a decisão do STF que descriminaliza aborto com até três meses de gestação?
O objetivo do relatório é definir quando começa a vida para que se evitem autorizações indiscriminadas da prática de aborto até 12 semanas de gestação. Cabe a nós fazer as leis e ao STF interpretá-las. A PEC 181 não revoga nenhuma disposição normativa, confere balizamento constitucional a um conjunto de princípios e valores que representam a vontade
do povo.

O senhor é a favor do aborto em caso de estupro?
Tenho filha. Penso que seria muito doloroso para ela carregar um filho de um estuprador. Sou a favor da interrupção da gravidez nesses casos.

Fazendo contas

Parlamentares do PSDB que apoiam o governador Geraldo Alckmin estão preocupados com o efeito negativo das intenções de voto em Jair Bolsonaro. Lembram que candidatos do PSDB, como Fernando Henrique, Serra, Aécio e o próprio Alckmin, receberam votos de centro, mas também da direita. Agora, com Bolsonaro no páreo, isso não deve ocorrer.

Vanessa Carvalho

Opção petista

Já entre senadores do PT, a ideia é investir cada vez mais na polarização entre o ex-presidente Lula e Jair Bolsonaro. Acreditam que assim atingem dois objetivos com uma cajadada só. De um lado, reduzem as chances dos tucanos. E de outro, ao alimentar o adversário preferencial, apostam que Bolsonaro será vítima da forte rejeição que sofre.

Uma teoria a favor do jogo

Luiz Carlos Prestes Filho, um dos dez filhos do líder comunista, está lançando livro em que atribui ao entulho autoritário a proibição do jogo no País. Dedicado à legalização, ele inclui entrevista em que o ministro da Defesa, Raul Jungmann, nega que jogos de apostas ameacem a Segurança Nacional.



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