Um dos poucos titulares que ainda não está garantido pelo menos até o fim do Campeonato Brasileiro, Dodi vive momentos de incerteza com relação ao futuro no Fluminense. Com o contrato atual válido apenas até dezembro, o jogador segue em conversas com o clube por uma renovação. No entanto, conseguir manter o volante na equipe não representa apenas o benefício de não perder mais um titular em momentos decisivos da temporada, mas também o jogador mais utilizado desde o retorno do futebol.

O aumento de lesões no Flu foi significativo após a paralisação causada pela pandemia da Covid-19, no entanto, Dodi não foi desfalque na equipe por este motivo. Inclusive, o jogador não perdeu partidas nem por suspensão, já que levou quatro cartões no ano inteiro, sendo um no Carioca, um na Copa do Brasil e dois no Brasileirão, onde, portanto, está pendurado. Desde que começou a ser titular, o volante perdeu apenas um jogo, contra o Sport, quando o Fluminense acabou derrotado por 1 a 0 fora de casa e Odair o poupou junto com Nenê e Michel Araújo.

No início de setembro, Mário Bittencourt revelou que havia dado até o fim do mês para que o estafe do volante desse uma resposta definitiva. No entanto, Carlos Escuro, principal empresário de Dodi, disse que iria à Europa e o clube aceitou estender o prazo, mas ele adiou outros dois encontros em outubro. As conversas, então, pararam e a estagnação preocupa o Tricolor, que já começa a buscar outras alternativas. Os representantes do jogador, que já pode assinar um pré-contrato, divergem sobre o que é melhor para ele.

Caso se concretize a saída de Dodi, o Flu perderá mais um atleta considerado titular em pouco tempo. O primeiro foi o lateral-direito Gilberto, depois o atacante Evanilson, ambos foram para Portugal. Caso o meio-campista seja mais um a deixar o clube, Odair perderá um atleta por setor em seu time.

Importância em números

Dodi assumiu a posição no dia 5 de julho, contra o Botafogo, na semifinal da Taça Rio, e desde então nunca mais começou no banco de reservas. Antes disso, ele somou oito minutos contra Macaé e Resende, nove contra o Flamengo e foi titular em outros três jogos, ficando em 10 partidas sem entrar. Seu primeiro e único gol em 2020 foi no clássico com o Vasco, quando abriu o placar com um chutaço de fora da área.

Para além do que as estatísticas mostram, o camisa 22 é fundamental para os movimentos táticos de Odair Hellmann, ajudando tanto na defesa quanto no ataque. E em um momento que o Tricolor perde tanto com lesões, Dodi mantém o entrosamento no setor que é o coração da equipe.

De acordo com números do “SofaScore”, Dodi tem 90% de eficiência por partida, dá 87% dos passes no campo adversário e 91% no próprio campo. Além disso, tem 50% de cruzamentos precisos. A média é de duas interceptações por jogo e nenhum erro capital até o momento. O jogador vence 49% das disputas de bola e 51% dos duelos no chão.

– Ele está jogando muito bem, está concentrado e focado no que precisa fazer dentro de campo. Deixando para as pessoas resolveram sua questão extra-campo para que não atrapalhe o rendimento. Está muito concentrado nas partidas e está colhendo os frutos de boas atuações. Está focado no jogo e isso é o mais importante – disse Odair após a vitória por 4 a 2 contra o Goiás no início do mês.