O ator Rafael Zulu, de 42 anos, usou suas redes sociais para fazer um alerta muito importante aos seus seguidores. Por meio de um vídeo compartilhado no Instagram, na quinta-feira, 25, ele revelou que teve fibrilação atrial, uma arritmia cardíaca na qual o coração bate de forma irregular e acelerada, causada pelo excesso de energético, e, por isso, precisou ficar internado por quatro dias.
Na ocasião, Zulu ainda explicou que está com uma agenda de trabalho muito intensa e, há cerca de oito dias, após curtir momentos de descanso na piscina com a família, se sentiu ofegante. “O coração acelerou e piorou, tive palpitações no peito”, lembrou o empresário, que piorou e foi para a emergência de um hospital, onde descobriu que seu coração estava fibrilando.
À cardiologista que o atendeu, Rafael explicou que, apesar de a família de sua mãe ter histórico de hipertensão, seus exames, realizados no final de 2024, estavam normais. Ele disse à médica que havia passado o dia consumindo bebidas com energéticos. “Fiquei quatro dias internado, tomando medicação e tendo a fibrilação atrial monitorada”, relatou.
“Foi um susto! Mas, agora, estou bem! Se puder, reserve um tempinho do seu dia para ouvir esse recado, que pode servir para você ou para alguém bem próximo! Há alguns dias, conto nesse vídeo que tive fibrilação atrial devido ao excesso de energético. Tive medo, muito medo do que vivi naqueles 4 dias internado!”, desabafou.
“Eu sempre fui um cara mega-sensível a esses estimulantes: cafeína, pré-treino e, pelo visto, energético também. Quis trazer esse relato para que sirva a todos que, de alguma forma, consomem, exageradamente ou não, esse tipo de bebida! Cuidem-se, porque só quando estamos no hospital nos damos conta de que a nossa saúde é o que temos de mais valioso!”, finalizou o artista.
Assista ao relato de Rafael Zulu:
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Fibrilação atrial
Para entender mais sobre o quadro do ator Rafael Zulu e o que, de fato, é a fibrilação atrial, a IstoÉ Gente procurou dois cardiologistas, que explicaram tudo sobre a arritmia cardíaca. Entenda!
“A fibrilação atrial é a arritmia mais comum na prática clínica, que consiste em uma desorganização da atividade elétrica do coração, levando a batimentos rápidos e irregulares e a sintomas como palpitações, falta de ar, desconforto no peito e tontura. Geralmente, essa arritmia ocorre mais em idosos e em pessoas que têm algum problema cardíaco prévio, mas também pode acontecer em pacientes jovens e com o coração saudável, devido ao uso excessivo de cafeína, álcool, bebidas energéticas e outros estimulantes, que podem atuar como um gatilho para o surgimento dessa arritmia”, explica a cardiologista Dra. Nathalia Castro.
Segundo a médica, o grande risco da fibrilação atrial é a formação de trombos dentro de uma das cavidades do coração, que pode se deslocar até o cérebro, causando um AVC (acidente vascular encefálico isquêmico), com consequências desastrosas. “Portanto, é importante ter cuidado com o uso indiscriminado dessas substâncias e procurar atendimento médico caso sinta palpitações, falta de ar, dor no peito ou tontura.”
Já o cardiologista Lázaro Fernandes de Miranda afirma que a fibrilação atrial que acometeu o ator Rafael Zulu é classificada como de médio risco e faz alguns alertas.
“A fibrilação atrial é uma das 20 tipos de arritmias cardíacas que conhecemos. Essas arritmias estão distribuídas entre benignas, que não causam mal algum ao paciente, e aquelas com risco baixo, moderado e alto. A fibrilação atrial que acometeu o ator Rafael Zulu está classificada como de médio risco. Depende da frequência cardíaca com que ela se apresenta, que pode ser uma frequência cardíaca normal, apenas com alteração do ritmo, ou uma frequência cardíaca aumentada, podendo inclusive ultrapassar os 200 batimentos por minuto”, explica.
Lázaro ainda destaca que os energéticos liberam aminas no organismo. “Eles liberam, por exemplo, taurina, podem conter efedrina, que é uma forma de noradrenalina, entre outras aminas, que fazem com que o coração bata mais rápido e, em pessoas predispostas, podem desencadear fibrilação atrial ou até o flutter atrial.”
O cardiologista também ressalta a importância de procurar um médico o quanto antes, assim como fez o ator Rafael Zulu, para evitar complicações graves, e revela os tratamentos necessários para o quadro.
“Naturalmente, a fibrilação atrial, se se repetir, precisa ser tratada inicialmente com medicações, como beta-bloqueadores, antiarrítmicos ou outros antiarrítmicos mais potentes. Se houver indicação, devido à frequência e à importância hemodinâmica, pode ser realizado um procedimento chamado ablação com radiofrequência, que visa resolver definitivamente o problema em 70% dos casos. Caso haja recorrência, pode ser feita uma segunda ablação, o que aumenta em 15% a possibilidade de resolver o problema de forma definitiva. Se a ablação não for indicada, o uso de medicação antiarrítmica pode ser necessário pelo resto da vida.”
