O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) da Fundação Getulio Vargas (FGV), Paulo Picchetti, manteve sua projeção de alta de 0,25% para o indicador no mês, após a deflação de 0,10% registrada em junho. Conforme divulgou a FGV nesta segunda-feira, 17, na segunda quadrissemana de julho, o indicador subiu 0,07%, ante variação zero (0,0%) na primeira leitura do mês.

“Temos um movimento bem claro de Habitação (-0,11% para -0,42%) puxando para baixo, enquanto as pressões para aceleração se concentram em Alimentação (-0,22% para -0,08%) e Transportes (-0,46% para 0,20%)”, destaca Picchetti.

De acordo com coordenador, boa parte dos itens do grupo alimentação seguem “comportados”, mas as elevações observadas em algumas hortaliças, com destaque para tomate e batata, explicam a aceleração para o grupo na margem, que deve seguir ao longo do mês.

Em relação aos Transportes, Picchetti cita tanto a dissipação dos efeitos do programa de desconto aos automóveis quanto a reoneração dos combustíveis como responsáveis pela aceleração. “Na ponta a gasolina já subiu cerca de 3,0% nesta quadrissemana, e o etanol cerca de 2,0%, são itens que devem continuar pressionando”, salienta o coordenador. “O grupo Transportes como um todo vai voltar a ter variação positiva no IPC-S de julho”, emenda.

Na passagem da primeira para a segunda quadrissemana do mês, o índice de difusão, que mede o porcentual dos itens que tiveram aumento de preços no período, subiu de 53,87% para 56,13%, nos cálculos do coordenador.

Na avaliação de Picchetti, o retorno do IPC-S ao terreno positivo em julho não preocupa, e já era esperado. “Mas é importante lembrar que, a partir de agora, iniciamos a trajetória de aceleração do índice no acumulado em 12 meses, até encerrar o ano em 5,10%”, diz. No encerramento de junho, o IPC-S em 12 meses foi de 2,22%, acelerando para 3,45% na primeira quadrissemana de julho e para 3,53% nesta leitura.