O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) recuou 1,8 ponto na passagem de janeiro para fevereiro, para 99,3 pontos, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em médias móveis trimestrais, o indicador manteve a trajetória ascendente pelo quarto mês consecutivo, ao avançar 0,7 ponto.

“A queda do IAEmp em fevereiro não parece significar uma reversão da tendência de alta que vinha ocorrendo nos meses anteriores. A calibragem nas expectativas de contratação sugere apenas que a recuperação do mercado de trabalho continuará ocorrendo de forma lenta e gradual”, avaliou Rodolpho Tobler, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.

O Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) recuou 2,4 pontos em fevereiro ante janeiro, para 92,1 pontos. Em médias móveis trimestrais, o indicador caiu 2,2 pontos.

O ICD é um indicador com sinal semelhante ao da taxa de desemprego, ou seja, quanto menor o número, melhor o resultado. Já o IAEmp sugere expectativa de geração de vagas adiante, quanto maior o patamar, mais satisfatório o resultado.

“Embora o indicador ainda se encontre em patamar elevado, a queda do ICD em fevereiro sinaliza uma evolução favorável da taxa de desemprego neste início de ano. A melhora no mês, no entanto, não foi tão disseminada nas faixas de renda como havia ocorrido em janeiro. Uma recuperação sólida do ICD só deve ocorrer depois de sinais mais robustos de melhora do nível de atividade e redução dos níveis de incerteza”, completou Rodolpho Tobler.

O ICD é construído a partir dos dados desagregados, em quatro classes de renda familiar, da pergunta da Sondagem do Consumidor que procura captar a percepção sobre a situação presente do mercado de trabalho. Já o IAEmp é formado por uma combinação de séries extraídas das Sondagens da Indústria, de Serviços e do Consumidor, todas apuradas pela FGV. O objetivo é antecipar os rumos do mercado de trabalho no País.

No IAEmp, o componente que avalia a Tendência de Negócios do setor de Serviços foi o que mais contribuiu para a queda de fevereiro, ao recuar 7,2 pontos.

No ICD, a faixa de renda familiar mais baixa, que recebe até R$ 2.100,00 mensais, foi a responsável pelo recuo de fevereiro, com queda de 1,6 ponto.