O movimento de desaceleração na inflação detectada nas primeiras duas prévias de julho do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) deve se acentuar no indicador fechado do mês, avaliou Salomão Quadros, superintendente adjunto de Preços do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

A inflação passou de 0,55% na primeira prévia do IGP-M de julho para 0,32% na segunda prévia do mesmo mês.

“No fechamento do mês, essa desaceleração pode se intensificar. Não digo que chegue ao negativo, mas o resultado pode vir ainda mais baixo que o da segunda prévia”, previu Quadros.

Os recuos nos preços da soja, do milho e do minério de ferro no atacado voltaram a arrefecer o indicador, mas agora com mais intensidade. O milho em grão ficou 11,05% mais barato, a soja teve redução de 2,08%, e o preço do minério de ferro caiu 10,71%. Juntos, os três itens respondem por praticamente 15% de todo o Índice de Preços ao Produtor (IPA-M).

O freio também deve ser maior na inflação ao consumidor no IGP-M fechado de julho. A taxa de 0,29% registrada pela segunda prévia do Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M) absorveu apenas parte da queda na tarifa de energia elétrica em São Paulo. A conta de luz ficou 0,60% mais barata no período. No indicador fechado do mês, o recuo tende a ser maior.

“Essa queda é reflexo de parte da redução na tarifa da Eletropaulo, a partir de 4 de julho. A despesa com Habitação recuou bastante por conta disso. Mas o impacto vai aparecer mais no fechamento do mês”, lembrou Quadros.