A confiança da indústria caiu 0,9 ponto em julho ante junho, para 94,8 pontos, o menor nível desde outubro de 2018, segundo sondagem realizada pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e divulgada nesta segunda-feira, 29. Em médias móveis trimestrais, o índice recuou pelo quarto mês consecutivo, desta vez em 1,0 ponto.

A confiança recuou em 11 dos 19 segmentos industriais pesquisados em julho. No geral, a queda do índice foi influenciada pelo Índice de Situação Atual (ISA), enquanto o Índice de Expectativas (IE) subiu 0,5 ponto, para 95,3 pontos, a primeira alta desde janeiro de 2019. Mesmo assim, a alta do IE foi determinada apenas por um componente do indicador.

No ISA, a queda foi de 2,2 pontos, para 94,4 pontos e o principal fator que motivou esse declínio foi a piora da percepção sobre a situação atual dos negócios, que cedeu 4,4 pontos, para 94,3 pontos – menor nível desde novembro de 2018 (93,4 pontos).

A parcela de empresas que classifica a situação como boa caiu de 19,6% para 11,9%, enquanto a fatia que considera a situação ruim aumentou de 21,1% para 22,7%. Os outros indicadores que compõem o ISA também tiveram desempenho desfavorável. O indicador que mensura o nível de estoques, por exemplo, caiu 0,6 ponto, para 94,1 pontos, o menor valor desde junho de 2018 (90,2 pontos).

Já a alta do IE foi puxada pelo aumento do indicador que mede o otimismo dos empresários com a evolução do ambiente de negócios nos seis meses seguintes, que avançou 3,3 pontos, para 98,4 pontos – o mesmo nível de maio.

A parcela de empresas prevendo melhora passou de 34,9% para 38,4%, enquanto a das que projetam piora caiu de 13,2% para 10,3%. Em contrapartida, os indicadores de produção e emprego previstos para os próximos três meses recuaram 1,4 ponto e 0,3 ponto, respectivamente.

O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) subiu 0,5 ponto porcentual entre junho e julho, alcançando 75,5%, patamar idêntico ao de outubro de 2018. Em médias móveis trimestrais, o Nuci avançou pela quarta vez consecutiva, em 0,4 ponto porcentual, para 75,3%.

“A indústria inicia o terceiro trimestre com sinais dúbios. A despeito da elevação do Nuci em julho, houve novo acúmulo de estoques e piora da percepção sobre a demanda”, diz o superintendente de Estatísticas Públicas do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV), Aloisio Campelo Junior.

A edição de julho coletou informações de 1.142 empresas entre os dias 1º e 24 deste mês. A próxima divulgação ocorrerá no dia 26 de agosto, sendo que a prévia será publicada no dia 20 de agosto.