A sutil aceleração do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) entre o fim de agosto e a primeira leitura de setembro, de 0,32% para 0,34%, não sinaliza avanço do indicador ao longo do mês. A avaliação é do coordenador do IPC-S da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Paulo Picchetti. “A principal mensagem desse IPC-S em relação ao fechamento do mês passado é que não mudou muito. Não está em trajetória de aceleração. Deve ficar com uma taxa nesse nível no fim do mês, com os in natura”, afirmou. A projeção de Picchetti é que o IPC-S termine setembro em 0,30%.

Apesar do encarecimento significativo das frutas (8,45%) na primeira quadrissemana de setembro – últimos 30 dias terminados na quarta-feira, 7 -, Picchetti ressalta que alguns preços estão desacelerando nas pesquisas de ponta (recente). O mamão, citou, que ficou 37,99% mais caro na primeira medição do mês, ante 34,37%, já está perdendo força de alta para a faixa de 20%. “Há outros itens, como feijão, que estão com deflação, e leite longa vida, que já pode cair na próxima leitura”, estimou. “Tirando os aumentos pontuais, o grupo Alimentação não deve ter trajetória de alta.”

Além da expectativa de descompressão nos preços de alguns alimentos, Picchetti observa que há outros preços que estão recuando, caso de gasolina, que caiu 0,98% ante recuo de 0,64% no fim de agosto. O etanol, por sua vez, teve variação negativa de 0,02%. Contudo, acrescentou, passagem aérea subiu (4,20%). “Como oscila muito e vem de queda (3,39%) e há expectativa de redução de passageiros, não deve pressionar a inflação”, disse.