A abrangência geográfica pode explicar a diferença no comportamento dos preços da tarifa elétrica residencial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e pelo IPC-DI, divulgado junto do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

Mais cedo, a FGV informou que, na desaceleração do IPC-DI, de 0,17% em julho para 0,07% em agosto, a principal contribuição partiu do grupo Habitação (1,08% para 0,25%). O destaque foi a tarifa de eletricidade residencial, cuja taxa passou de 5,34% para -0,75%.

No número informado pelo IBGE também nesta quinta-feira, o item energia elétrica ficou 0,96% mais caro, após ter aumentado 5,33% em julho. Embora o IPCA tenha registrado desaceleração no item energia elétrica, a conta de luz ainda foi o que mais pesou na leitura de agosto. A contribuição da energia elétrica para o IPCA do mês foi de 0,04 ponto porcentual.

Segundo Salomão Quadros, superintendente adjunto para Inflação do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV), o fato de o IPCA não ter registrado deflação na conta de luz pode ser explicado pela abrangência geográfica. O IPC-DI coleta preços em sete cidades.

Já o IPCA, do IBGE, pesquisa 16 regiões metropolitanas. Entre as pesquisadas pelo IBGE, houve deflação na energia elétrica em oito locais, incluindo Rio, Distrito Federal, Fortaleza e Salvador.