Os espetáculos de música e artes cênicas acontecem de 5 a 14 de julho no Teatro de Vermelhos, Anfiteatro da Floresta e Sala do Porão, espaços idealizados pelo criador do Instituto Baía dos Vermelhos, o advogado pernambucano Samuel Mac Dowell. A arquitetura dialoga com a natureza exuberante da ilha. O teatro, com capacidade para 920 pessoas, e o anfiteatro, que comporta 234 lugares, foram construídos sem paredes, em clareiras, onde a floresta e o mar compõem a cena e se transformam na combinação acústica e visual perfeita para instrumentos de orquestra encontrados apenas nos grandes teatros, que saem do seu lugar de origem e passam a integrar o bioma com suas notas musicais, como se fosse o seu habitat natural.

Nesta época do ano é temporada de avistamento de baleias. Ilhabela atrai os observadores de pássaros. É no terreno do Instituto Baía dos Vermelhos, com área superior a 150.000 m2 e entrada pela Avenida Governador Mário Covas, n° 11.970, que a Defesa Civil em parceria com a UNESP, Universidade Estadual Paulista, instalou um radar meteorológico para monitoramento de áreas de risco do litoral norte de São Paulo. Em Vermelhos, preservar a cultura é também preservar a natureza. Quem vai pela primeira vez é contagiado pela experiência sensorial. O público que já frequenta o local gosta de caminhar e tomar um café, taça de vinho ou espumante antes das apresentações.

A Sala do Porão é contemplada com uma grande rocha que propõe a ancestralidade como cenário, carrega todos os seus significados rupestres, artísticos e se transforma em base sólida para a arte mais intimista, que pode ser admirada por 200 pessoas. O festival promove ainda exposições de arte, palestras e atividades para a comunidade e estudantes das escolas públicas. Os objetivos principais da instituição são democratizar o acesso à cultura fora do eixo Rio-São Paulo e consolidar os fins musicais e pedagógicos do festival.

“A escolha de um local tão peculiar como o de Vermelhos para a criação de um centro cultural tem uma mensagem clara: a sua situação física e o seu contato com a natureza que preserva só por ele existir, permite ao público ampliar a experiência de um concerto em auditório para outros níveis sensoriais, mesmo nos momentos de maior arrebatamento a que a música pode levar as pessoas. É claro que esses níveis podem ser vivenciados em um contexto de abstração como é próprio da criação artística, mas a possibilidade de integração real com o ambiente natural enriquece essa vivência única. Por isso, Vermelhos não poderia estar situado em um centro urbano ou não seria o que é. E é por isso também que o nosso desejo é que Vermelhos possa acolher todas as artes que caibam no seu tempo e no seu espaço”, afirma Samuel Mac Dowell.

Em Vermelhos, o atendimento ao público no meio da mata também é sinônimo de profissionalismo e diversidade. O cerimonialista Egberto Cunha ficou famoso por fazer a recepção no Theatro Municipal de São Paulo usando scarpin vermelho. Agora vivendo em Ilhabela e responsável pelo receptivo do festival, trocou o salto alto por galochas.

“O Theatro Municipal de São Paulo foi a minha escola, foi onde eu aprendi a ser o profissional que sou. Receber e acomodar 1.500 pessoas era uma tarefa que pedia agilidade, muito zelo e logística. Foi essa experiência que eu trouxe para Vermelhos. Fazer a recepção aqui às vezes parece um sonho. O Theatro Municipal tinha o glamour e a suntuosidade da cidade de São Paulo. Vermelhos têm a exuberância da Mata Atlântica e a atmosfera mágica de Ilhabela”, afirma Egberto Cunha.

PROGRAMAÇÃO FESTIVAL VERMELHOS 2024

Estão abertas as vendas online para a sétima edição do Festival Vermelhos no site: https://vermelhos.org.br/festival . E em Ilhabela, na Imobiliária Sérgio Hette, Rua Dr. Carvalho, 2, Centro, das 11h às 18h.

SEXTA-FEIRA – 5/7.

A abertura do Festival Vermelhos acontece com a São Paulo Companhia de Dança, sexta-feira, 5 de julho, às 20h, com “Veias Abertas”, de Poliane Fogaça, inspirada livremente na obra literária “As Veias Abertas da América Latina”, de Eduardo Galeano (1940-2015) e embalada pelas canções da cantora argentina Mercedes Sosa (1935-2009). A iluminação é de Caetano Vilela. No repertório também estão “Casa Flutuante”, de Beatriz Hack, e “Umbó”, de Leilane Teles.

No mesmo dia, às 22h30, a Sala do Porão recebe Amanda Maria, finalista do reality show “The Voice Brasil 2023”, e Leandro Cabral, que foi destaque internacional no consagrado site norte-americano All About Jazz. O duo apresenta as músicas do novo álbum “Encontro”, cuja proposta do título é a celebração de quatro anos de parceria, com faixas autorais que fazem referência ao samba-jazz, samba e vassi, ritmo de origem Iorubá.

“Nós ficamos encantados quando conhecemos o lugar. A gente adora o contato com a natureza, com a energia das pedras e cores. O nosso disco retrata realmente como se deu nosso Encontro como casal e parceiros de música, foi unindo nossas paixões por esoterismo, pela ancestralidade de nossas famílias e histórias, pois temos histórias de vida muito parecidas, que se deu esse disco ao qual chamamos de filho. Unir tudo isso à experiência do porão, todo aquele lugar energeticamente bom, vai ser um show intenso, com certeza”, diz Amanda Maria.

SÁBADO – 6/7.

No sábado, 6 de julho, às 11h, é a vez de Estefan Iatcekiw, ocupar a Sala do Porão. O jovem pianista tem 20 anos e venceu vários concursos internacionais. No Brasil ganhou o primeiro lugar no Prelúdio, reality show de música clássica da TV Cultura, em 2017. Atualmente cursa bacharelado em piano no Conservatório Tchaikovsky de Moscou, Rússia, onde foi aprovado com apenas 15 anos. No programa ele vai mesclar clássicos brasileiros e russos, como Villa-Lobos, Prokofiev e Rachmaninov.

Às 16h, no Anfiteatro da Floresta, Funmilayo Afrobeat Orquestra apresenta “Substantivo Feminino”, que divulga cantoras e compositoras negras da África e
do Brasil, como a dupla de nigerianas The Lijadu Sisters e a estadunidense Sandra Isidore. O show visa contribuir para a construção de novas narrativas sobre as questões de gênero e raça e levar ao público um maior conhecimento sobre as nossas referências musicais e culturais negras.

No Teatro de Vermelhos, às 20h, Egberto Gismonti desembarca na floresta com seu repertório autoral. Em 2017, quando também se apresentou no festival, Gismonti declarou sua paixão por Vermelhos e comparou o teatro a uma nave extraterrestre que aterrissou no meio da mata, em documentário exibido na TV Brasil. Sempre explorando a música popular e outras tradições culturais, Gismonti combina essas influências de maneira inovadora e genial, o que o consagrou como um dos músicos mais originais do mundo.
Convidados: Mirella Celeri (voz), Daniel Murray (violão).

DOMINGO – 7/7.

No Anfiteatro da Floresta, às 14h, a atração é o duo Vanessa Ferreira e Fábio Leandro. Contrabaixista da cidade de São Paulo, Vanessa pesquisa a música brasileira e o jazz, sendo a música instrumental seu principal ramo de atuação. Já foi contrabaixista na Orquestra Jovem Tom Jobim e na Banda Urbana, com quem fez uma turnê pedagógica sobre música brasileira nos Estados Unidos. Fábio Leandro é pianista, compositor, produtor e arranjador. Por dois anos consecutivos, 2020/2021, participou do Concurso Guiomar Novaes de Piano, sendo premiado com o segundo lugar na categoria piano popular.

Às 17h, no Teatro de Vermelhos, a USP Filarmônica, orquestra ligada à Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, executa a “Cantata do Café”, de J.S.Bach. Na história, senhor Schlendrian insiste com a filha, Liesgen, para que pare de tomar café, bebida que ela adora. Regência de Rubens Russomanno Ricciardi e solos de Raquel Paulin (soprano), Daniel Umbelino (tenor), e Luis Felipe Souza (barítono).

SEXTA-FEIRA 12/7.

No Teatro de Vermelhos, às 20h, a atriz e cantora Laila Garin apresenta o show “Laila Garin canta Elis”, onde interpreta as inesquecíveis canções de Elis Regina em uma versão intimista, acompanhada por Claudia Elizeu no piano e Thaís Ferreira no violoncelo. Laila interpretou Elis Regina no espetáculo “Elis, a Musical”, dirigido por Dennis Carvalho. O repertório inclui sucessos como “Fascinação”, “Reza”, “Upa Neguinho”, “Dois pra lá, dois pra cá”, “Arrastão”, “Como Nossos Pais” e “As Curvas da Estrada de Santos”.

Às 22h30, Vanessa Moreno e Salomão Soares estarão na Sala do Porão. Vanessa Moreno foi vencedora do Prêmio Profissionais da Música Brasileira em 2017 e 2018 na categoria ‘Cantora’, e em 2021 como ‘Cantora’ e também ‘Autora’. Salomão Soares é pianista, arranjador e compositor paraibano, vencedor do Prêmio MIMO Instrumental 2017 e finalista do Piano Competition no Festival de Montreux 2017, na Suíça. A dupla interpreta músicas dos discos ‘Chão de Flutuar’ (2019), ‘Yatra-Tá’ (2021), e também algumas canções que farão parte do terceiro disco que será lançado no final do ano.

SÁBADO, 13/7.

A Sala do Porão recebe, às 11h, recital do violonista Fábio Zanon, que lança o segundo volume da série de gravações de Música Espanhola. Ele é um dos artistas brasileiros de maior prestígio internacional e aclamado por interpretações que combinam imaginação, integridade e uma poderosa sonoridade. No programa: Federico Moreno Torroba, Vicente Arregui e Joaquin Turina.

Às 16h, no Anfiteatro da Floresta, Renato Braz canta Tim Maia. É a realização de um antigo sonho do cantor homenagear seu ídolo de infância e juventude, falecido em 1988. Na adolescência, Renato reconhecia em Tim Maia o grande cantor popular brasileiro, que cantava para todos sem fazer distinção do público.

No Teatro de Vermelhos, às 20h, o regente Roberto Minczuk e a Orquestra Sinfônica de Vermelhos apresentam “Gala Puccini”. A gala lírica traz árias de ópera do compositor Giacomo Puccini, trechos cantados sem a encenação, em forma de concerto. Solistas convidados: Camila Provenzale (soprano), Carla Cottini (soprano) e Marcello Vannucci (tenor).

DOMINGO, 14/7.

Às 11h, na Sala do Porão, estreia no Brasil o concerto “Conversas com Bach”, música de J.S. Bach por Emmanuele Baldini e André Mehmari. O projeto teve sua estreia em Toronto, Canadá, e também foi apresentado no Japão. O pianista André Mehmari foi triplamente consagrado no Prêmio Profissionais da Música, em 2022. Em 2023, recebeu o Grande Prêmio Concerto por sua intensa produção de música clássica. Emmanuele Baldini é violinista e regente italiano, spalla da OSESP e em 2021 foi agraciado pelo Governo do Estado de São Paulo com a Medalha Tarsila do Amaral por seus méritos artísticos.

No Anfiteatro da Floresta, às 14h, é a vez de Assucena em “Baby, te amo – Tributo à Gal Costa”, show intimista em homenagem a uma das mais importantes vozes da música brasileira. Assucena apresenta releituras de sucessos da obra de Gal Costa como “Baby, Tigresa, Vapor Barato, Pérola Negra, Coração Vagabundo”, entre muitos outros. A cantora recebeu dois Prêmios da Música Brasileira e foi por duas vezes indicada ao Grammy Latino.

APRESENTAÇÕES GRÁTIS
Retirar ingresso na bilheteria uma hora antes do espetáculo.

DOMINGO – 7/7.

A pianista Karin Fernandes se apresenta na Sala do Porão, às 11h.
Ao longo de sua carreira, atuou como solista com várias orquestras, incluindo a OSESP, OSM, Filarmônica do Amazonas, OSUSP e a Orquestra Sinfônica de Campinas, além de recitais frequentes na Europa e América do Sul. Em setembro deste ano realizará sua sexta turnê na Europa com recitais em Paris, Bruxelas, Londres e Berlim. No programa: Franz Schubert/Franz Liszt, Josephine Lang, Henrique Oswald, Sergei Rachmaninoff, entre outros.

 

DOMINGO – 14/7.
Danilo Caymmi e Claudio Nucci apresentam o “Concerto das Águas”, no Teatro de Vermelhos, às 17h. Danilo Caymmi e Claudio Nucci revisitam canções lançadas no primeiro disco de Dorival Caymmi, “Canções Praieiras”, de 1954. Ao repertório, a dupla soma toda urgência climática do nosso tempo, propondo desta maneira uma forma poética e emocionante de tratar de um tema tão preocupante e presente em nosso cotidiano.

Lei de Incentivo à Cultura, Ministério da Cultura, Brasil, União e Reconstrução – Governo Federal
Realização: Instituto Baía dos Vermelhos

SERVIÇO:
Festival Vermelhos 2024 – Música e Artes Cênicas
De 5 a 17 de julho
Instituto Baía dos Vermelhos
Entrada pela Avenida Governador Mário Covas, n° 11.970
Para os concertos grátis retirar os ingressos uma hora antes da apresentação.
Vendas online no site: https://vermelhos.org.br/festival
Em Ilhabela, na Imobiliária Sérgio Hette, Rua Dr. Carvalho, 2, Centro, das 11h às 18h.

 

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