O Festival Brasileiro da Cerveja, considerado o maior evento do ramo na América Latina, trouxe em sua 12ª edição mais de 3  mil rótulos de cervejas para a cidade de Blumenau (SC), além de diversos shows, palestras e várias opções gastronômicas. Destaques do festival foram as marcas Black Princess e Brassaria Ampolis, conhecida pela cerveja Cacildis, da cervejaria Petrópolis, que levaram chopes de sabores tradicionais e outros experimentais.

O evento teve início na última terça-feira (11) com o Concurso Brasileiro de Cervejas. As vencedores foram a Cathedral, de Maringá (PR);  Verace, de Nova Lima (MG) e Colorado, de Ribeirão Preto (SP), que inclusive teve uma cerveja vencedora como a melhor do Brasil, Guanabara. A bebida é uma  imperial stout com rapadura queimada e envelhecida em barril de amburana. Ainda venceram Muscatt Brett Saison (com mosto de uva moscatel, envelhecida em barril e com adição de Brettanomyces, tipo de levedura), da Cervejaria Alem Bier, do Rio Grande do Sul, e Habanero Rauchbier (defumada e com pimenta), da Bamberg, de São Paulo, que ficaram com o segundo e terceiro lugares, respectivamente.

Um dos principais sabores foi a Tropical Wit, da Black Princess, criada pelo mestre cervejeiro do grupo Petrópolis, Eduardo Zaio. A bebida é uma witbier feita com pimenta-rosa, tangerina e coentro. “A minha inspiração foi quando fui a um bar em São Paulo e tomei um drinque que era de pimenta-rosa com tangerina. Nesse momento, eu pensei em trazer (este sabor) para a cerveja”, disse. Eduardo ainda afirmou que escolheu fazer uma witbier por ser um estilo que aceita especiarias e frutas, com a diferença de ter uma coloração mais escura, que remete à tangerina. “Eu fui fazendo as quantidades, vendo como elas combinavam entre si e fui desenvolvendo o estilo da cerveja”, afirmou o mestre. A bebida foi bem aceita e elogiada pelo público presente no evento.

O mestre cervejeiro explicou um pouco sobre o processo de criação de uma cerveja.  “Primeiro avaliamos as demandas do mercado, então vemos o que o mercado, tanto o brasileiro quanto o internacional, está fazendo em questão de estilos. A partir daí, buscamos seguir aquele estilo e tentamos dar um toque brasileiro a ele. É quando a gente desenvolve as receitas, coloca alguma especiaria de alguma região do Brasil ou frutas que são típicas brasileiras”, afirmou.

Eduardo ainda disse que busca trazer alguma característica exclusiva à cerveja, como um amargor ou malte diferentes. Dentre os estilos mais conhecidos do momento e que o mestre pode desenvolver futuramente está a gose, que é ácida, tem pouco amargor e é salgada.Outra cerveja que se destacou foi a Doctor Weiss, que é um estilo mais encorpado, por causa do trigo e do fermento, mas ao mesmo tempo, por ser filtrada, ela é leve e refrescante. A bebida ainda traz os aromas de cravo e banana. A cerveja foi premiada com a medalha de bronze na categoria comercial do festival.  Segundo Eduardo, “é uma satisfação ser premiado neste festival, porque temos jurados muito técnicos do mercado cervejeiro brasileiro, alguns até de fora do Brasil”.

A marca Brassaria Ampolis também levou alguns rótulos exclusivos para o evento, como a Brut IPA com Cupuaçu, que traz notas de lúpulos cítricos, além do sabor da fruta amazônica e o Red Amarula, que utiliza o licor africano, cacau e vodka.

Eduardo disse que o festival é uma boa oportunidade de apresentar produtos experimentais da empresa para o público em geral e também para técnicos especializados em cerveja e, com isso, ter uma boa avaliação das bebidas das marcas. O mestre cervejeiro disse ainda que o estande das duas marcas foi bem aceito pelos visitantes.

Segundo a a Ablutec (Associação Blumenauense de Turismo, Eventos e Cultura), devido ao surto do novo coronavírus, o evento teve um público 12% menor que no ano passado e reuniu 27.785 mil pessoas entre os dias 11 e 14 de março. Muitos estandes, por precaução,  ofereciam álcool em gel para os visitantes.

* Repórter viajou a convite da cervejaria Petrópolis