Aos poucos, o Brasil volta à normalidade democrática e vai tomando ares de um País civilizado. O povo começa a tomar a Praça dos Três Poderes e as imediações do Palácio do Planalto e da Esplanada dos Ministérios, enquanto mais de 50 líderes de todo o mundo chegam para a posse de Luiz Inácio Lula da Silva em seu terceiro mandato como presidente da República. O Brasil volta a ser inserido no contexto de País conectado à ordem mundial, com o reestabelecimento das relações com o mundo desenvolvido, coisa que o ex-presidente Bolsonaro transformou em pária internacional.

Ao vermos a população chegando para a posse, de forma ordeira e democrática, finalmente sem os sobressaltos de transtornos golpistas emanados pelos insanos bolsonaristas, temos a nítida sensação de que voltamos a ser uma Nação verdadeiramente livre e gerida pelos ensejos de uma Constituição forjada dentro das normas do Estado de Direito.

Pessoas caminhando de forma ordeira pela Esplanada dos Ministérios, sem os obstáculos impostos pelas lamurias dos seguidores de Bolsonaro que até às vésperas se reuniam na porta do QG do Exército clamando por um golpe de Estado, numa das coisas mais medonhas vividas pelos brasileiros nas últimas décadas. Seguidores de Bolsonaro pedindo a intervenção militar para um golpe que impedisse a posse de Lula, eleito com o voto popular e democrático de mais de 60 milhões de pessoas.

Finalmente estamos podendo respirar a democracia. Se o novo presidente conseguirá reverter a grave crise econômica forjada por Bolsonaro e Paulo Guedes, em meio a um caos administrativo e uma herança maldita sem precedentes nas contas públicas, é uma coisa. Mas há uma esperança no ar. É evidente que todos estamos conscientes de que a crise é grave e merecerá esforços do novo governo para a reversão do quadro.

Mas pelo menos teremos a discussão dos nossos problemas à luz da transparência, sem orçamento secreto e sem medidas extremas impostas pelo governo anterior, que, entre outras coisas, nos jogou nas trevas do armamentismo e da insensatez de medidas que destruíram nosso meio ambiente, nossa educação, saúde e todos os principais setores do desenvolvimento econômico e social.

O desejo de toda a sociedade neste momento, a poucos instantes do início das festas da solenidade de posse, é de que, pelo menos, nossos problemas sejam discutidos à luz da participação popular e de todos os entres da sociedade civil organizada. Não temos ilusão de que o governo Lula 3 resolverá todos os problemas brasileiros, mas pelo menos que dê início à solução das nossas mazelas de forma mais racional, sem um governo isolacionista, que nos relegou à pária do mundo.