São Paulo, 29 – A consultoria INTL FCStone reduziu a sua estimativa de previsão de entregas de fertilizantes no mercado brasileiro em 2020 de 36,9 milhões de toneladas, apontadas em fevereiro, para 36,6 milhões de toneladas. Se confirmado o consumo, o volume será 1% maior que o reportado no ano passado. A perspectiva, segundo a consultoria, considera um leve incremento nas aplicações dos adubos nas lavouras de grãos e recuo na aplicação dos insumos em culturas que sofrem desvalorização no momento.

“A pandemia do novo coronavírus instaurou um quadro de incertezas em nível mundial, influenciando as perspectivas de crescimento econômico de importantes consumidores do complexo NPK (nitrogênio, fósforo e potássio) e de insumos”, disse a analista de mercado de fertilizantes da INTL FCStone, Gabriela Fontanari, em relatório divulgado nesta sexta-feira.

A consultoria observa que, apesar de a conjuntura atual acarretar na maior volatilidade das cotações das principais commodities, como os grãos, a comercialização em dólar está compensando as quedas dos preços de soja e milho para o produtor brasileiro. Esse cenário, segundo a análise da FCStone, corrobora para perspectivas ainda favoráveis para aplicação de adubos no segundo semestre – período em que é semeada a safra de verão 2020/21.

Em compensação, o consumo de fertilizantes por setores nos quais as cotações permanecem em patamares mais baixos pode ser afetado, em virtude do custo “dolarizado” dos adubos no mercado interno. “A atual taxa de câmbio brasileira impede que a queda das cotações internacionais do complexo NPK seja repassada completamente para o âmbito doméstico, chegando a alterar a trajetória dos preços em semanas de desvalorização acentuada da moeda nacional”, comenta Gabriela. Neste sentido, a FCStone considera que o nível de investimentos em fertilizantes por setores com custos de produção mais acentuados, como o do algodão e da cana-de-açúcar, tende a ser prejudicado.

A consultoria pontua também que fatores como a disponibilidade de crédito público e privado, o nível de remuneração dos produtores, as relações de troca entre fertilizantes e grãos e os reflexos econômicos da pandemia da covid-19 devem ainda influenciar as perspectivas para o mercado brasileiro de fertilizantes no segundo semestre.

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