Uma Ferrari F50 1996 vermelha está sendo disputada por duas pessoas que afirmam ser donas do veículo, o italiano Paolo Provenzi, que teve o carro roubado em 2003, na Itália, e Mohammed Alsaloussi, morador da Flórida, nos Estados Unidos, que comprou o automóvel online por US$ 1,435 milhão (cerca de R$ 7,96 milhões) em setembro de 2019 para aumentar a sua coleção de automóveis raros.

Enquanto a Ferrari estava sendo transportada para Mohammed, ela passou por uma fiscalização de agentes da Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP) na Peace Bridge, que liga o Canadá aos Estados Unidos. Durante a vistoria no veículo, policiais notaram algumas irregularidades na placa e o encaminharam para uma investigação, que foi realizada na National Insurance Crime Bureau, organização sem fins lucrativos criada para lidar com crimes relacionados a seguros e atua junto com agências de segurança nos Estados Unidos.

A organização enviou algumas fotos do carro para a fábrica da Ferrari na Itália para saber a sua procedência, e descobriu que o automóvel havia sido roubado da garagem de um hotel italiano em 2003, e que era de propriedade de Paolo.

“Quando tudo for resolvido vai ser feito um filme sobre isso. Este carro deu a volta ao mundo, aparentemente. Estava no Japão há pouco tempo”, disse Alessandra Piras, advogada de Provenzi no caso, em entrevista ao jornal The Buffalo News.

“Estamos aguardando ansiosamente o ajuizamento dessa ação e acreditamos que nosso cliente tem uma reivindicação muito forte de propriedade do veículo”, contou Richard F. O’Neill, advogado que representa Alsaloussi.

Conforme apurado pelo R7, em agosto de 2020, depois de um longo processo judiciário, a Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos notificou Alessandra de que havia atendido à petição de Paolo e que a Ferrari seria entregue a ele mediante o pagamento de despesas administrativas e de armazenamento com o valor de U$ 8,4 mil (cerca de R$ 47 mil).

Entretanto, em setembro do mesmo ano a CBP recebeu a reivindicação da propriedade do carro por parte dos advogados de Alsaloussi, alegando que o homem é o único proprietário do automóvel, e que não sabia que o veículo havia sido roubado quando realizou a compra.

Na última quarta-feira (17), o procurador-geral de justiça dos Estados Unidos James P. Kennedy Jr. determinou que, a partir de agora, caberá ao Tribunal Federal norte-americano específico determinar quem é o proprietário legítimo do carro.