A equipe mais famosa, tradicional e importante da Fórmula 1 vai realizar neste domingo a milésima corrida da sua história. Justamente no GP da Toscana, disputada em seu circuito de Mugello, a lendária Ferrari vai completar a marca em uma ocasião um pouco apagada, mas ainda assim histórica para quem atravessou eras, enfrentou crises, forjou campeões e conquistou um prestígio que muitas vezes supera até a própria categoria.

A cor vermelha e o símbolo do cavalo rampante são sinônimos de vitórias e de uma legião de fãs. Enquanto pelo mundo milhares de pessoas apoiam pilotos em específico, a Ferrari é a única a cativar uma torcida pela própria equipe, nos moldes dos times de futebol. Os tifosi, como são chamados, costumam lotar autódromos para torcer pelo carro, e não pelo competidor.

Criada em 1929 por Enzo Ferrari, a equipe italiana participou de diversas competições de automobilismo pelos anos seguintes até topar a aventura de participar da primeira temporada da Fórmula 1, em 1950. Apesar de não ter conseguido se inscrever para a etapa inaugural, em Silverstone, a Ferrari alinhou os seus carros na prova seguinte, em Mônaco.

Os dois primeiros títulos mundiais viriam em 1952 e 1953, com Alberto Ascari. Em 1956, o terceiro título com o lendário argentino Juan Manuel Fangio. Dois anos depois, o inglês Mike Hawthorn ficou com o título. Em 1961, o americano Phill Hill levantou a taça e em 1964 o inglês John Surtees foi o campeão com o carro vermelho.

Depois de 1964, no entanto, foi preciso passar por uma reformulação antes de a Ferrari retomar às glórias. Com Niki Lauda (1975 e 1977) e Jody Scheckter (1979) os italianos voltaram ao topo da Fórmula 1.

A década de 1980 foi muito difícil para a Ferrari. Em 1982 a escuderia perdeu os dois pilotos titulares: Gilles Villeneuve morreu em um acidente na Bélgica e Didier Pironi nunca mais voltou a correr após batida na Alemanha. A escuderia viu McLaren e Williams se desenvolverem e dominarem. A reviravolta só viria nos anos 2000.

O alemão Michael Schumacher chegou a escuderia em 1996 e ficou com cinco títulos seguidos de 2000 a 2004. Nesse período, o alemão venceu 47 dos 85 GPs disputados na F-1. A perfeição nas estratégias, o desenvolvimento dos carros e a gestão da equipe foram essenciais.

De lá para cá a Ferrari viveu poucos momentos brilhantes. O último título de pilotos veio em 2007, com o finlandês Kimi Raikkonen. A atual temporada tem resultados ruins. Mas isso não desanimou a equipe de lançar para o GP deste fim de semana uma pintura especial dos carros, com a cor mais escura.

Se vitórias ou títulos atualmente são sonhos distantes, pelo menos a Ferrari se mantém viva pelas tradições e uma delas a escuderia não abre mão: os principais momentos costumam ser celebrados com uma macarronada para os funcionários.

CAMPEÕES E BRASILEIROS – Nove diferentes pilotos levaram para a Ferrari as 15 taças de campeão mundial da equipe. Entre os Construtores, a escuderia soma 16 campeonatos. O último foi em 2008, impulsionado pelo vice-campeonato mundial de Felipe Massa.

O brasileiro, aliás, foi um dos dois representantes do País a ter dirigido pela escuderia italiana. Massa foi piloto da Ferrari de 2006 a 2013. Nesse período, conquistou 11 vitórias. Antes dele Rubens Barrichello guiou o carro vermelho entre 2000 e 2005, com nove vitórias e atingiu dois vice-campeonatos mundiais na equipe: 2002 e 2004.