O corpo do artista Fernando Botero, morto em 15 de setembro aos 91 anos em Mônaco, será velado na Colômbia para que receba homenagens como um dos pintores e escultores mais relevantes do século XX antes de seu sepultamento na Itália, informou sua família nesta segunda-feira (18).

“Levaremos meu pai à Colômbia para uma despedida final, inicialmente em Bogotá, depois em Medellín”, disse Juan Carlos Botero, um de seus filhos, à emissora colombiana Blu Radio.

Em um comunicado citado pela imprensa local, a família garantiu que seus restos mortais estarão na capital na quinta-feira. A partir da manhã de sexta, as portas do Capitólio Nacional estarão abertas para aqueles que desejarem “despedir-se dele tranquila e livremente”, informou o presidente do Congresso, Iván Name.

Na próxima segunda, familiares e amigos celebrarão uma missa católica e, posteriormente, o corpo de Botero será levado à sua cidade natal, Medellín, onde são esperados vários eventos em memória do pintor e escultor colombiano mais famoso do mundo.

Segundo seu filho, o artista disse que queria ser levado ao seu país depois de sua morte, que ocorreu quando estava em sua residência em Mônaco, após uma piora do estado de saúde por causa de uma pneumonia.

“Estamos fazendo tudo o que é preciso para realizar suas últimas vontades […]. Ele queria se despedir de seu povo […], vivia agradecido com o povo da Colômbia”, acrescentou.

Botero é apreciado em Medellín por sua intenção de aproximar a arte das classes populares, doar dezenas de obras a museus e parques públicos e por retratar a história de uma cidade assolada pelo narcotráfico no fim do século passado.

“Ele nunca pediu uma homenagem”, mas “é compreensível que as pessoas queiram se despedir dele e ele queria se despedir de sua gente”, acrescentou Juan Carlos Botero.

Após o velório na Colômbia, seu corpo será cremado e levado ao pequeno povoado italiano de Pietrasanta, onde será sepultado ao lado de sua esposa, a artista grega Sophia Vari, que morreu em maio deste ano.

Ao lado do Nobel de Literatura Gabriel García Márquez, Botero foi um dos colombianos mais aclamados no mundo. Suas obras, de formas voluptuosas e ligeiramente surrealistas, foram arrematadas por até 4,3 milhões de dólares (cerca de R$ 20 milhões na cotação atual) nas galerias mais renomadas de cidades como Nova York e Londres.

Sua filha, Lina Botero, contou aos jornalistas que ele continuou pintando em aquarela até seus últimos dias e “não a óleo, porque lhe dava muito trabalho ficar de pé”.

No dia de sua morte, Medellín decretou sete dias de luto em memória a Botero, cujas pinturas e esculturas estão expostas em Madri, Paris, Barcelona, Singapura e Veneza, entre outras.

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