Fernanda Torres completa 60 anos: uma trajetória marcada por talento e conquistas

De clássicos da TV a sucessos do cinema, a atriz completa 60 anos com carreira premiada e destaque internacional, incluindo Globo de Ouro e indicação ao Oscar

Etienne Laurent/AFP
Fernanda Torres no tapete vermelho do Globo de Ouro Foto: Etienne Laurent/AFP

Fernanda Pinheiro Torres, uma das atrizes mais talentosas e admiradas, completa 60 anos nesta segunda-feira, 15. Filha de Fernanda Montenegro, ícone da dramaturgia brasileira, e do diretor e ator Fernando Torres, Fernanda nasceu em 15 de setembro de 1965, na cidade do Rio de Janeiro, e cresceu em um ambiente profundamente ligado às artes cênicas, ao lado do irmão Cláudio Torres, o que influenciou sua trajetória artística desde a infância.

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Fernanda Torres iniciou sua trajetória artística aos treze anos como atriz e, aos quarenta, deu seus primeiros passos como escritora. No teatro, ganhou destaque com o monólogo A Casa dos Budas Ditosos, baseado no livro homônimo de João Ubaldo Ribeiro. Estreado em 2003, o espetáculo rendeu diversos prêmios, atraiu mais de dois milhões de espectadores e permanece em cartaz até hoje, devido ao enorme sucesso. No cinema, Fernanda estreou aos 16 anos no filme Inocência, dirigido por Walter Lima Júnior, e colaborou com diretores renomados, como Walter Salles – em Terra Estrangeira (1994), O Primeiro Dia (1996) e Ainda Estou Aqui (2024) – e Andrucha Waddington, seu marido, em Casa de Areia (2005).

Na televisão, participou de produções de grande repercussão, incluindo as séries Os Normais e Tapas & Beijos, exibidas pela TV Globo, que ampliaram sua popularidade. Como apresentadora, desenvolveu os programas Minha Estupidez e Bicho Homem, além de conduzir o podcast A Playlist da Minha Vida na plataforma Deezer, atuando como entrevistadora e roteirista. Em 2007, começou a escrever crônicas para jornais e revistas e, em 2014, lançou seu primeiro romance, Fim, que vendeu mais de 200 mil cópias e foi traduzido para sete idiomas. Em 2017, publicou A Glória e Seu Cortejo de Horrores, ambos pela editora Companhia das Letras. Além de romances, Fernanda também escreveu roteiros para cinema e TV, adaptando Fim para uma minissérie de dez capítulos disponível na Globoplay.

Entre 2001 e 2003, Torres dividiu a tela com Luiz Fernando Guimarães na série Os Normais, que retratava de forma bem-humorada e inovadora o dia a dia do casal Rui e Vani. Criada pelo casal Alexandre Machado e Fernanda Young e dirigida por José Alvarenga Jr., a atração fez enorme sucesso, chegando a tornar populares itens de vestuário usados por Torres, como calcinhas e sutiãs. O êxito da série resultou em duas adaptações cinematográficas: Os Normais – O Filme (2003) e Os Normais 2: A Noite Mais Maluca de Todas (2009). Em 2008, a atriz participou do quadro Sexo Oposto, exibido no programa Fantástico, ao lado de Evandro Mesquita.

Entre 2011 e 2015, Torres protagonizou a série de comédia Tapas & Beijos, ao lado de Andrea Beltrão. Em 2016, assinou o roteiro do longa O Juízo, que contou com sua mãe no elenco. Dois anos depois, em 2018, ela retornou à televisão como Renata, a nova administradora do hospital, na segunda temporada da série Sob Pressão.

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Ao longo de sua carreira, recebeu inúmeros prêmios e indicações, incluindo seis nomeações ao Prêmio Grande Otelo, um Prêmio APCA, dois Prêmios Guarani, quatro Prêmios Qualidade Brasil, uma indicação ao Troféu Imprensa, uma ao Prêmio Jabuti e ao Globo de Ouro – vencendo este último na categoria de Melhor Atriz em filme de drama por sua atuação como Eunice Paiva em Ainda Estou Aqui. Com essa conquista, tornou-se a primeira mulher latino-americana, lusófona e brasileira a receber o prêmio. Pelo mesmo papel, conquistou o Prêmio Satellite e o Prêmio Platino, além de ser indicada ao Oscar de Melhor Atriz, tornando-se, junto com sua mãe, Fernanda Montenegro, uma das únicas brasileiras a alcançar essa indicação e a primeira dupla mãe e filha a concorrer na categoria desde Judy Garland e Liza Minnelli. Em 1986, Fernanda também se tornou a primeira atriz brasileira a receber o prêmio de Melhor Atriz no 39º Festival de Cannes, pelo filme Eu Sei que Vou Te Amar.

Em 2024, interpretou Eunice Paiva em Ainda Estou Aqui, mais uma vez sob a direção de Walter Salles, performance que lhe garantiu o Globo de Ouro de Melhor Atriz em drama e a indicação ao Oscar de Melhor Atriz. No ano seguinte, integrou o júri da 82ª edição do Festival Internacional de Cinema de Veneza, a convite do diretor Alberto Barbera, ao lado de nomes como Alexander Payne, Mohammad Rasoulof, Stéphane Brizé, Maura Delpero, Cristian Mungiu e Zhao Tao.

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Sua vida pessoal também se manteve no centro das atenções, mas Fernanda sempre conseguiu equilibrar carreira e família. Ela é casada com o cineasta brasileiro, diretor, produtor e roteirista Andrucha Waddington, de 55 anos, desde 1997. Eles são pais de Joaquim, de 26 anos, e de Antônio, de 16. Anteriormente, Andrucha foi casado com a diretora de arte Kiti Duarte, mãe de seus filhos mais velhos, João, de 33 anos, e Pedro.

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O ápice de sua carreira internacional aconteceu em 2025, quando Fernanda Torres conquistou o Globo de Ouro de Melhor Atriz em Filme de Drama pelo filme ‘Ainda Estou Aqui’, tornando-se a primeira brasileira a receber tal reconhecimento na premiação. No mesmo ano, ela foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz pelo mesmo longa, um marco histórico que reforçou sua importância no cenário cinematográfico mundial e destacou a força da atuação brasileira no exterior. Esses feitos internacionais representam não apenas o talento singular de Fernanda, mas também a consolidação de décadas de trabalho consistente, dedicação e amor pelo cinema e pelo teatro.

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Com seis décadas de vida e mais de quatro de carreira, Fernanda Torres é celebrada como uma artista completa, que atravessou gerações e consolidou-se como uma referência na televisão, no cinema e no teatro brasileiro. Sua trajetória inspira jovens atores e atrizes, ao mesmo tempo em que reforça a importância da cultura brasileira no cenário internacional. Entre prêmios, personagens icônicos e momentos marcantes, Fernanda Torres permanece como um símbolo de excelência, paixão e consistência, deixando um legado artístico que continuará a influenciar a dramaturgia nacional por muitos anos.

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