Fernanda Thurann é a CFO do estúdio NKanda 360, um espaço recém-inaugurado no Rio de Janeiro, especializado em inteligência artificial, aplicada especialmente à pós-produção audiovisual.
O filme “Amantes”, uma coprodução Brasil-Colômbia, é o projeto pioneiro do estúdio com as filmagens já finalizadas. O filme dirigido pelo colombiano Máncel Martínez e protagonizado pela própria Fernanda Thurann será o primeiro longa-metragem brasileiro com mais de 30% de finalização realizada com IA.
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“Nosso objetivo é democratizar o acesso a efeitos visuais de alta qualidade, tornando o processo mais acessível, rápido e criativo para pequenos e médios produtores. Estamos inaugurando possibilidades reais para o futuro do cinema latino-americano unindo inovação, narrativa autoral e colaboração internacional”, esclarece ela.
A coprodução internacional inaugura uma nova fase para o mercado do audiovisual brasileiro.
“Estamos construindo uma ponte entre inovação e narrativa autoral, e isso é algo inédito no Brasil. A tecnologia não substitui a sensibilidade artística, e sim potencializa nossa criatividade e nos permite explorar novos limites narrativos”, enumera Thurann.
Fernanda explica que o uso da IA em “Amantes” não se restringe apenas a efeitos visuais. Ela será aplicada em múltiplas etapas da pós-produção, como animação de personagens, integração com cenários naturais, correção de cor, reconstrução de texturas e otimização da montagem.
“Um personagem simbólico será criado com a fusão entre atuação humana e IA explorando o limite entre o real e o onírico. Algo profundamente conectado com a estética sensorial e provocadora do filme”, antecipa.
O NKanda 360, das sócias Fernanda Thurann e Carien Bastos, nasceu justamente para isso: ampliar o acesso a uma pós-produção audiovisual de altíssimo nível, com foco em inteligência artificial, efeitos visuais e workflows otimizados. A proposta é não apenas acompanhar o que há de mais avançado tecnicamente, mas democratizar esse acesso — especialmente para pequenos e médios produtores, que muitas vezes ficam à margem dos grandes recursos.
“Nosso estúdio foi pensado como um agente de transformação no cenário latino-americano, e já começamos com parcerias importantes, projetos em andamento no Brasil e no exterior, além do apoio institucional de entidades como o BRDE e a ANCINE. Acreditamos que estamos apenas no início de uma revolução acessível, colaborativa e de altíssimo impacto estético”, avalia ela.
A inteligência artificial, como qualquer ferramenta poderosa, exige consciência. No NKanda 360, a IA é uma aliada criativa — um recurso que pode acelerar processos, viabilizar cenas complexas, reduzir custos e ampliar possibilidades narrativas. Mas sempre com a clareza de que tecnologia nenhuma substitui sensibilidade, direção artística e identidade autoral.
“Justamente por isso, desenvolvemos um pipeline próprio que integra IA com supervisão criativa intensa, respeitando os traços únicos de cada projeto. O risco de descaracterização existe, sim, quando a tecnologia é usada sem critério — mas nosso foco está em fortalecer a visão dos criadores, não em homogeneizá-la. A IA, para nós, é uma ferramenta de liberdade, não de controle”, esclarece.
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