A atriz Fernanda Nobre, que comemora 30 anos de carreira em 2021, deu uma entrevista à Glamour, em que falou sobre vários aspectos de sua vida, principalmente pautas como feminismo e relacionamento aberto. Ela conta que se sente mais madura após ter relações monogâmicas, mas que a relação aberta é o que mais a agrada.

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“A gente aprende que só existe uma maneira correta de se relacionar: o casamento heterossexual, monogâmico e para vida toda. Fomos ensinadas que a monogamia é ‘normal’ e ‘natural’. A gente não escolhe e não reflete sobre ela, não questiona. Aceitamos e pronto. Ela nos foi imposta como forma de controle por razões econômicas por causa da propriedade privada. Há centenas de anos, os homens precisavam garantir que seus filhos eram deles para deixar suas heranças, a maneira encontrada de conquistar esse controle foi impedindo que suas mulheres tivessem relações com outros homens, se tornando propriedades de seus maridos. A verdade é que a monogamia só existe para nós, mulheres, pois os pois os homens sempre a viveram de maneira hipócrita. Não por uma falta de caráter masculino, mas por causa de uma dinâmica na sociedade que tem uma permissividade para que esses homens não sejam fieis à suas mulheres”, começa.

“Até me aprofundar nos estudos sobre a história da mulher e do patriarcado, eu não pensava sobre isso e nem sabia direito o que era um relacionamento aberto, como funcionava. Foi meu despertar para o feminismo e para as questões da mulher que me fez rever meus moldes e pensar sobre eles. Foi aí que me dei conta que eu não escolhi a monogamia e, pior, me fizeram acreditar que eu jamais conseguiria viver numa ‘abertura’. Isso faz parte do meu posicionamento político, a busca pela equidade de liberdade, é a minha escolha feminina. Isso não quer dizer que a minha vida é uma festa, que tudo é liberado. Muito pelo contrário. Sou uma mulher extremamente romântica e tudo é em prol da minha liberdade e também da minha parceria com o meu companheiro. A nossa busca é pela lealdade e por uma relação extremamente honesta”, explica.

Sobre as inseguranças, ela diz que nunca as teve. “Curiosamente, nem por um segundo. Apesar desse assunto ser um tabu, porque fazemos parte de uma sociedade extremamente moralista, em nenhum momento senti insegurança porque o meu discurso é muito mais informativo, reflexivo, pessoal do que alguém em busca de polêmica. Quero desmitificar esses padrões tão arraigados na sociedade, minha intenção é provocar reflexão e liberdade de escolha para as mulheres.”