A menopausa voltou a ser pauta nas redes sociais após a apresentadora Fernanda Lima, 47 anos, compartilhar sua experiência com os desafios desse período.
Em uma entrevista recente, ela revelou que tem enfrentado sintomas como alterações no humor, fogachos (ondas de calor) e lapsos de memória, o que gerou grande repercussão entre mulheres que vivem a mesma realidade. Apesar de ser um processo natural, a menopausa ainda é cercada por dúvidas e desinformação.
À IstoÉ Gente, a médica endocrinologista e metabologista *Tassiane Alvarenga, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), explica que a menopausa é o período que marca o fim da capacidade reprodutiva da mulher, geralmente ocorrendo entre os 45 e 55 anos.
“Muitas mulheres desconhecem que, antes do fim definitivo da menstruação, há uma fase chamada perimenopausa, na qual os hormônios começam a oscilar, provocando sintomas intensos”, alerta.
A ginecologista e especialista em reprodução humana Dra. Paula Beatriz Fettback reforça que os hormônios femininos (estradiol, progesterona e testosterona) funcionam como uma orquestra no organismo, regulando desde a saúde do sistema nervoso central até a qualidade da pele e dos ossos. “Quando ocorre a queda hormonal, é comum que mulheres enfrentem não apenas os calores característicos, mas também insônia, ansiedade, depressão e dificuldades cognitivas, como lapsos de memória e distração. Estudos mostram que a menopausa impacta diretamente a estrutura cerebral, reduzindo substância cinzenta em algumas regiões”, esclarece.
Além dos sintomas cerebrais, a menopausa também pode afetar a saúde sexual, provocando ressecamento vaginal, diminuição da libido e desconforto nas relações. “Muitas mulheres não sabem que existe tratamento para esses sintomas. A terapia hormonal é a principal estratégia para aliviar os impactos da menopausa e é indicada principalmente para aquelas que sofrem com fogachos e alterações geniturinárias”, explica a Dra. Tassiane.
“No entanto, cada caso deve ser avaliado individualmente, pois existem diferentes formas de reposição, hormonais e não hormonais.”
Outro alerta importante é para sangramentos após a menopausa. “Se uma mulher passou mais de um ano sem menstruar e apresenta qualquer sangramento, isso precisa ser investigado. Pode ser apenas um efeito colateral da terapia hormonal, mas também pode indicar algo mais sério, como câncer de endométrio”, reforça a Dra. Paula Beatriz Fettback.
O debate levantado por Fernanda Lima mostra a importância de se falar mais abertamente sobre a menopausa e seus impactos na qualidade de vida da mulher. Procurar um médico especializado e conhecer as opções de tratamento são passos fundamentais para atravessar essa fase com mais bem-estar e equilíbrio.