Felipe Massa tem apoio especial na sétima etapa da Stock Car, em Goiânia, neste domingo. Ele recebeu o ex-presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), Jean Todt, nos boxes da Lubrax Podium. Todt também foi chefe da Ferrari. Apesar de a visita acontecer em meio a contestação de Massa sobre o Mundial de Fórmula 1 de 2008, o que trouxe Todt ao Brasil foi um movimento da ONU que pede trânsito mais seguro. Na semana passada, um ônibus do Corinthians perdeu os freios e capotou. Sete pessoas morreram.

Na última semana, o piloto iniciou os trâmites para contestar o resultado final da temporada de 2008 da Fórmula 1, na qual acabou com o vice-campeonato, atrás do britânico Lewis Hamilton. Aquele ano ficou marcado pelo escândalo do “Cingapuragate”. Nesta quarta-feira, o brasileiro chamou o caso de “roubalheira” e cobrou a falta de punição severa contra os atores do episódio, entre eles o brasileiro Nelson Piquet Jr.

A visita de Todt, porém, é referente a um movimento da ONU que pede mais segurança na mobilidade. Ele está no Brasil desde sábado e fica até terça-feira, dia 29. Ele também visitará o Paraguai, além de já ter passado por Honduras e El Salvador. “Os acidentes de trânsito são um dos principais causadores de morte de crianças na América Latina. Precisamos construir cidades com crianças e adolescentes no centro para garantir que todos tenham acesso a uma mobilidade segura e sustentável”, defende Todt.

Países da América Latina e Caribe relatam 17 mortes a cada 100.000 habitantes devido a acidentes de trânsito, segundo a Organização das Nações Unidas.

Massa chama mundial de 2008 de ‘roubalheira’

O processo movido por Felipe Massa pede uma indenização à Fórmula 1 e à FIA, diante de um “prejuízo milionário”, segundo ele. Os líderes das entidades já foram informados sobre a abertura do processo, um movimento obrigatório quando a justiça inglesa é acionada. Stefano Domenicali, CEO da F-1 e ex-chefe de Massa na Ferrari, e a Mohammed Ben Sulayem, presidente da FIA, têm até o fim do mês para se manifestar.

O chamado “Cingapuragate”, um dos casos mais rumorosos da história da F-1, aconteceu em setembro de 2008, na 15ª de 18 etapas daquela temporada. Na ocasião, Massa disputava o título com Lewis Hamilton. Foi o pole position da corrida e liderava a prova quando Nelsinho Piquet sofreu uma batida, o que mudou os rumos da disputa. Fernando Alonso, da mesma equipe Renault de Nelsinho, acabou ficando com a vitória naquele GP.

Um ano depois, Nelson Piquet veio a público para denunciar que seu filho batera de propósito por ordem de Flavio Briatore, então chefe da Renault, para beneficiar o companheiro de equipe, Alonso. O caso foi investigado pela FIA, que puniu os envolvidos. Briatore foi banido da F-1, embora a decisão já tenha sido revogada, e o engenheiro Pat Symonds, outro responsável pela ordem para a batida, foi suspenso por cinco anos – atualmente é diretor técnico da F-1.

A polêmica foi revivida no início de março, quando Bernie Ecclestone concedeu entrevista ao site F1-Insider na qual admitia que ele e o então presidente da FIA, Max Mosley, estavam cientes da armação ainda em 2008, após o episódio, antes mesmo da denúncia de Nelson Piquet pai, feita apenas no ano seguinte.

Se a prova tivesse sido anulada, Massa poderia ter se sagrado campeão mundial, uma vez que Hamilton terminou em 3º, enquanto o brasileiro foi apenas o 13º, sem somar pontos naquela prova, após enfrentar um problema nos boxes – o pit stop havia sido motivado pela entrada do safety car após o acidente protagonizado por Nelsinho Piquet.