A notícia da morte de Mario Jorge Lobo Zagallo reverberou no mundo do futebol, provocando uma comoção global e inspirando homenagens de diversas personalidades ligadas ao esporte. Clubes, atletas e amigos se uniram para relembrar a brilhante trajetória da lenda, tanto como jogador quanto como treinador, que morreu nesta sexta-feira, aos 92 anos.

Em um tom de pesar, Felipão, técnico do pentacampeonato, expressou sua tristeza: “Hoje é um dia muito triste para o futebol brasileiro e mundial. Perdemos o nosso professor, que nos colocou em caminhos que jamais imaginávamos pela sua competência. E como pessoa, era melhor ainda. Quero deixar meus pêsames à família, e que o Mario Jorge Lobo Zagallo descanse em paz”.

A admiração por Zagallo também rendeu uma mensagem de Ronaldo Fenômeno, considerando-o como o melhor técnico com quem atuou. O bicampeão mundial trabalhou com ele nas Copas de 1994, 1998 e 2022, além da Olimpíada de Atlanta-1996. “Sorte a nossa que teve de engolir essa lenda e aprender com sua paixão pela seleção brasileira o verdadeiro sentido da amarelinha”.

“Sorte a minha que tive a sua direção em campo – sem dúvida alguma, meu melhor técnico – e a sua mentoria para além das quatro linhas – Mario Jorge também foi um pai pra mim”, publicou Ronaldo no Instagram.

Por sua vez, o ex-jogador e ex-coordenador da seleção Juninho Paulista, convocado pela primeira vez por Zagallo em 1995, ressaltou a importância do eterno camisa 13 em sua carreira e o descreveu como alguém que “transbordava emoção quando falava da seleção brasileira.”

Ele ainda enalteceu o seu vanguardismo no esporte e enfatizou a modernidade do time de 1970. Em suas palavras, “hoje, o futebol joga daquela maneira. Tivemos o privilégio dele ser brasileiro, porque é um ícone mundial do futebol”.

Em um vídeo emocionado nas redes sociais, Galvão Bueno elogiou Zagallo em todos os aspectos, chamando-o de “grande brasileiro, atleta excepcional, técnico maravilhoso”. Segundo o ex-narrador, o “Velho Lobo” foi responsável por comandar o melhor time já visto em campo e “vai viver eternamente no coração de quem ama o futebol e a seleção brasileira de verdade”.

Walter Casagrande, em sua coluna no UOL, prestou sua homenagem, recordando uma entrevista marcante que fez com o veterano, quando escrevia para o Estadão. Ele destacou a gentileza e a solicitude de Zagallo, enfatizando a profundidade da conversa que tiveram durante cerca de 3 horas. Uma troca de ideias que, nas palavras de Casagrande, ficou “incrível”.

Ex-técnico da seleção na década de 1990, Paulo Roberto Falcão foi mais um a lamentar a morte de Zagallo. “Eu estava presente no dia em que Zagallo fez aquela sua famosa frase: ‘vocês vão ter que me engolir’. Mas Zagallo não era só um homem de frases. Era um inovador. Ele colocou Rivellino na ponta esquerda, para fazer o terceiro homem, coisa que ele fez em 1958 e 1962 como jogador. Em 1970, ele fez a mesma coisa. Ele via na frente”.

“Então hoje, Zagallo, nós não vamos ter que te engolir. Hoje, vamos te dizer ‘muito obrigado’ por tudo que você fez. Aliás, ‘muito obrigado’ tem 13 letras, como você tanta gosta”, disse Falcão.

Taffarel, goleiro que garantiu o tetra do Brasil em 1994, diante da Itália, também usou as redes sociais para se despedir do amigo e compartilhar imagens de alguns momentos juntos. “Que dia triste para o futebol. Perdemos a nossa maior referência nesse esporte que amamos tanto. Orgulho imenso de ter tido o privilégio de trabalhar com o professor Zagallo. Entre os tantos aprendizados e ensinamentos, a maior lição: acreditar que sempre é possível. Descansa em paz professor, a missão foi cumprida”, escreveu.