A Feira Miolo(s) – iniciativa da editora Lote 42 em parceria com a Biblioteca Mário de Andrade – chega à terceira edição neste sábado, 5, novamente nas dependências da biblioteca, no centro de São Paulo, reunindo 110 editoras independentes de várias regiões do Brasil e da Argentina, que vão expor seus trabalhos das 12h à meia-noite. A Feira consolida em 2016 a imagem de um dos eventos mais interessantes quando o assunto são publicações independentes – da literatura tradicional a quadrinhos, zines e “livros-objeto”.

O evento deste ano tem algumas novidades. Um ciclo de palestras, o Fala Miolo(s), ocorre das 13h às 21h. A cada hora cheia, um profissional do mercado faz uma espécie de “TED Talk” sobre um assunto caro ao universo independente, como autopublicação, livros de fotografia, plataformas alternativas, e, às 21h, a cineasta Paola Prestes fala sobre o editor Massao Ohno (1936-2010), figura histórica da edição no Brasil, homenageado desta edição da Feira.

“Ele era um editor que fazia muito do que a gente faz hoje, experimentar com formatos, capas, materiais”, explica uma das organizadoras da Feira, Cecilia Arbolave – o acervo da BMA é o maior do editor no Brasil. “É legal expor tudo isso para preservar o seu legado. Ele não documentava muito a própria produção, então o acervo da BMA é bem importante.” Entre os escritores revelados e editados por Ohno, estão Hilda Hist, Claudio Willer e Roberto Piva. Massao Ohno – Poesia Presente, documentário de Paola sobre o editor, será exibido em seguida no auditório da Biblioteca.

Outra novidade deste ano é a exposição dos trabalhos resultantes da Escola Miolo(s), desenvolvidos ao longo do ano. “Foi um curso que oferecemos para algumas turmas, sobre impressão, encadernação e editoração”, explica João Varella, editor da Lote 42. “Cada aluno teve que desenvolver uma espécie de trabalho de conclusão de curso e agora eles serão expostos.”

Além das editoras mais célebres do mercado independente nacional, este ano, a Miolo(s) terá uma mesa dedicada à produção feita em Rosario, na Argentina, comandada pela Casagrande Editorial, e casas de Rio, Brasília, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Florianópolis, Natal, Belo Horizonte e outras cidades.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.