Federação reabre portas para judocas russos em competições

ROMA, 27 NOV (ANSA) – A Federação Internacional de Judô (IJF) se tornou a primeira entidade esportiva a suspender totalmente a proibição imposta aos atletas russos em razão da guerra na Ucrânia.   

A medida de bloquear a presença de competidores da Rússia foi inicialmente tomada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), mas praticamente todas as entidades esportivas internacionais seguiram a ação.   

Com o sinal verde concedido pela IJF, os judocas de Moscou poderão disputar normalmente os torneios regidos pela entidade.   

Eles também terão permissão de usar a bandeira russa e ouvir o hino nacional em caso de medalha de ouro. A decisão é válida a partir do Grand Slam de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, que começa amanhã (28).   

“Os atletas não têm responsabilidade pelas decisões de governos ou outras instituições nacionais, e é nosso dever proteger o esporte e nossos atletas”, informou a IJF, presidida pelo ex-judoca romeno Marius Vizer.   

“Após os recentes acontecimentos, incluindo a restauração da representação nacional plena para os atletas bielorrussos, a IJF agora acredita ser apropriado permitir que os atletas russos participem em igualdade de condições. Historicamente, a Rússia tem sido uma nação líder no judô mundial, e espera-se que seu retorno pleno enriqueça a competição em todos os níveis”, acrescentou a entidade.   

A Federação Russa de Judô, chefiada por Sergey Soloveitchik, saudou a “decisão histórica” da IJF de voltar a liberar a presença de judocas do país em eventos organizados pela entidade máxima da modalidade.   

“Agradecemos à IJF por esta decisão tão aguardada, justa e corajosa. Estamos muito satisfeitos que o judô internacional tenha sido o primeiro a tomar esta decisão histórica, permanecendo fiel aos valores do humanismo e demonstrando sua capacidade de agir para o bem de todos”, celebrou o dirigente.   

A IJF já havia se destacado em fevereiro de 2022 ao rejeitar inicialmente a proibição total recomendada pelo COI, que foi imediatamente implementada por grande parte do mundo esportivo.   

A exclusão só ocorreu a partir de setembro do mesmo ano. Em 2023, a entidade foi uma das primeiras federações a readmitir atletas russos e bielorrussos sob bandeira neutra.   

Além do judô, o badminton também avançou em relação ao tema.   

A Federação Mundial de Badminton (BWF) autorizou que dois atletas russos voltassem a competir em eventos chancelados pelo órgão na categoria de “Atletas Neutros Individuais”.   

Recentemente, a BWF também informou que a restrição de elegibilidade para que russos e bielorrussos solicitassem o “status neutro” e competissem em torneios sancionados pela entidade foi removida. (ANSA).