NÁPOLES, 5 OUT (ANSA) – A Federação Italiana de Futebol (Figc) abriu nesta segunda-feira (5) uma investigação contra o Napoli, que não enfrentou a Juventus no domingo (4) e corre o risco de sofrer uma derrota de W.O. por 3 a 0.   

A entidade vai apurar se o Napoli aplicou corretamente as medidas dos protocolos sanitários validados pelo comitê técnico-científico do governo italiano (CTS).   

O clube azzurro registrou três casos confirmados do novo coronavírus (Sars-CoV-2), sendo que dois infectados são jogadores da equipe principal.   

O chefe da promotoria da FIGC, Giuseppe Chinè, pediu uma cópia das correspondências trocadas entre a Agência Sanitária Local (ASL) e o Napoli.   

De acordo com a imprensa local, o juiz desportivo da Figc, Gerardo Mastrandrea, adiar o seu veredito sobre o jogo “fantasma” entre Juventus e Napoli, que seria em Turim.   

O órgão disciplinar da entidade optou em pedir um tempo maior para analisar os acontecimentos e reconstruir a polêmica história. A decisão de Mastrandrea deverá ser anunciada no máximo até quarta-feira (7).   

O Napoli foi proibido pelas autoridades sanitárias de Nápoles de embarcar para Turim para o clássico diante da Juve em decorrência da descoberta de três casos do novo coronavírus (Sars-CoV-2).   

Mesmo sabendo que o elenco do Napoli não conseguiu viajar, a Velha Senhora e a equipe de arbitragem se apresentaram para o duelo no Allianz Stadium. Seguindo o protocolo da liga, o árbitro Daniele Doveri esperou 45 minutos e, na ausência do clube napolitano, cancelou a partida.   

Antes do duelo, a diretoria do Napoli entrou em contato com as autoridades sanitárias da região da Campânia para saber como proceder após dois jogadores e um membro da comissão técnica terem testado positivo para a doença. A ASL respondeu que não existiam “condições que permitissem o deslocamento em plena segurança”.   

“O que me irrita é que podemos pensar que existem autarquias locais que podem influenciar o campeonato a partir de um interesse, aqui o único interesse é a saúde das pessoas. A Agência Sanitária Local (ASL) é um órgão primordial que o Ministério da Saúde também reconhece. Não foi o Napoli que optou por não ir a Turim, se o Napoli tivesse ido, correria riscos criminais e à saúde”, declarou Mattia Grassani, advogado do Napoli e especialista em direito esportivo, em entrevista à emissora “Anch’io Sport”.   

O prefeito de Nápoles, Luigi De Magistris, disse que o clube “não tinha alternativas”. Ele também afirmou que o Napoli não viajou para a capital da região do Piemonte por temer “responsabilidades criminais”.   

“Não acho que o Napoli tivesse alternativas, quando a ASL exige para que você não saia. Agora há muito pouco futebol em tudo isso, eu não consigo mais ver os jogos sem torcedores”, disse De Magistris.   

Já para Massimo Galli, diretor do Instituto de Ciências Biomédicas do Hospital Sacco, em Milão, afirmou que a decisão da ASL “demonstra que existe regras e autoridades que ultrapassam as outras”. (ANSA).