São Paulo, 14/10 – A Federação dos Trabalhadores do Complexo Industrial das Oleaginosas, Beneficiadores de Algodão e Afins da República Argentina (FTCIODyARA, na sigla em espanhol) iniciou ontem uma paralisação, que afeta as atividades das plantas de processamento de soja do país. Em comunicado, a federação disse que os sindicatos patronais que representam a indústria se recusaram a rever a programação salarial prevista. O comunicado não esclarece por quanto tempo seria mantida a greve.

“Com efeito, passaram-se mais de dois meses desde o momento em que a tabela salarial correspondente ao Acordo Coletivo de Trabalho 420/05 deveria começar a ser revista, conforme foi firmado pelas mesmas câmaras patronais no acordo de 30 de abril de 2020 e, no entanto, sua resposta foi primeiro demora e depois recusa expressa de prosseguir com a revisão”, disse a federação, em nota. Em comunicado separado, a federação anunciou que uniria esforços com a União dos Receptores de Grãos e Anexos da República Argentina (Urgara), que também já havia promovido paralisação reivindicando melhores salários e redução de jornada.

Em sua conta no Twitter, a Câmara da Indústria de Óleos da República Argentina (Ciara) disse que a paralisação “não beneficia ninguém”. “A greve anunciada pela Federação dos Trabalhadores do Complexo Industrial das Oleaginosas não está de acordo com a situação do país ou com o contexto pelo qual passa a indústria”, disse a câmara, citando capacidade ociosa em fábricas e perdas de produção ocasionadas pela seca. Segundo a Ciara, foi acordado em maio um aumento salarial de 25% e ficou estipulado que, caso a inflação de 2020 superasse 25%, as partes se reuniriam novamente, o que não ocorreu.