A Federação de Ginástica dos Estados Unidos, que luta por sua sobrevivência depois do escândalo de abusos sexuais envolvendo o ex-médico da seleção do país Larry Nassar, nomeou nesta terça-feira Li Li Leung, executiva da NBA, como sua nova presidente.
Leung, que era ginasta quando estudante universitária, foi vice-presidente da NBA, liga profissional de basquete dos Estados Unidos, encarregada de liderar estratégias para a construção de patrocínios-chave no mundo todo.
A USA Gymnastics esteve no centro da polêmica desde o início do escândalo de abusos sexuais de Nassar, condenado em início de 2018 a prisão perpétua por abusos sexuais contra pelo menos 265 vítimas, a maioria composta por atletas menores de idade, entre elas a campeã mundial e olímpica Simone Biles.
As vítimas do médico haviam criticado os dirigentes da federação na época por não terem levado em consideração os testemunhos e acusações contra Nassar para protegê-las dos ataques.
“Como todo mundo, eu fiquei chateada e enojada ao saber dos abusos e das entidades que decepcionaram as atletas”, declarou Leung.
“Admiro a coragem e a força das sobreviventes e farei uma prioridade que seus pedidos sejam resolvidos”, completou a nova presidente da USA Gymnastics.
Uma exaustiva busca dentro e fora do mundo da ginástica levou Leung a se tornar a quarta presidente da federação nos últimos 23 meses.
Desde o início do escândalo, um dos mais graves na história do esporte norte-americano e mundial, a USA Gymnastics não tinha presidente e sua diretora interina, Mary Bono, nomeada em 12 de outubro, pediu demissão apenas quatro dias após as críticas de Biles e da também campeã olímpica Aly Raisman.
Bono havia substituído Kerry Perry, que também deixou o cargo apenas nove meses depois de ser nomeada por críticas recebidas pelo Comitê Olímpico dos Estados Unidos (Usoc).
O Usoc vinha ameaçando nos últimos meses desmantelar a USA Gymnastics por não ser capaz de se reformar após o escândalo de abusos de Nassar.
Pouco depois, a federação de ginástica decretou falência, mas garantiu que as indenizações às vítimas do ex-médicos seriam pagas.
“Me sinto afortunada por ser a próxima presidente da USA Gymnastics. Para mim, isso é muito mais que um trabalho: é um chamado pessoal que estou pronta para atender”, explicou Leung.
“Olho para frente para colaborar com toda a comunidade da ginástica para criar mudanças daqui em diante, que requerem que implementemos importantes iniciativas para reforçar a saúde e a segurança das atletas e construir um plano claro e inclusivo para o futuro”, concluiu.
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