O presidente da Federação Britânica de Ginástica, Mike Darcey, se desculpou e reconheceu que a entidade havia “decepcionado” seus integrantes, após 37 ex-ginastas denunciarem assédio e maus-tratos.

+ Letícia Bufoni é campeã de torneio de skate em Paris, sede da próxima Olimpíada

+ Laura Pigossi vence a primeira após Bronze na Olimpíada

+ COI recebe pedido de exclusão do hipismo da Olimpíada após maus-tratos a cavalo

“Enquanto refletimos sobre alguns grandes momentos das Olimpíadas de Tóquio, também temos que reconhecer que, juntamente com o rápido crescimento da ginástica na última década, nossa organização, em várias frentes, não conseguiu sustentar esse crescimento”, disse Darcey em um comunicado divulgado na noite de terça-feira.

“O conselho de administração fez um balanço nos últimos meses. Está claro que direção e o conselho de administração não conseguiram se aproximar o suficiente dos ginastas para entender suas preocupações, e nosso envolvimento com aqueles que levantam preocupações não tem sido bom o suficiente”, continua o texto.

“Nós os decepcionamos e sentimos profundamente”, acrescentou o dirigente.

A Federação Britânica foi processada por 37 ex-ginastas, incluindo três medalhistas olímpicos, que afirmam ter sido vítimas de abusos físicos e psicológicos, que eles descrevem como sistemáticos.

Darcey também reconheceu que a cultura de treinamento em torno da ginástica precisa mudar para garantir um ambiente menos tóxico para os atletas.

“Embora reconheçamos que existem muitas boas práticas no esporte no Reino Unido, devemos deixar claro para todos os membros que práticas abusivas, incluindo treinamento com lesões, abuso, gritos e questionamentos sobre peso, não são aceitáveis”, afirmou.

“Temos que fazer melhor para garantir que não haja espaço para abusos em nosso esporte. Estamos determinados e comprometidos com a mudança na Federação Britânica de Ginástica e não há necessidade de esperar” pelos resultados da investigação interna para isso, diz Darcey.

Há vários meses, ginastas aposentadas e em atividade denunciam suas condições de treinamento em todo o mundo.

Nos Estados Unidos, o caso Nassar, uma referência ao sobrenome do ex-médico da equipe feminina condenada à prisão perpétua por agredir sexualmente mais de 250 ginastas, incluindo a medalhista olímpica Simone Biles, revelou desde 2018 a face oculta da modalidade esportiva.

Na Grécia, ex-ginastas denunciaram décadas de maus-tratos “semelhantes à tortura” por parte de seus treinadores.

 

smg/fby/jr/gh/djm/lca