O Federal Reserve (Fed, banco central americano) continuará elevando as taxas básicas de juros, mas “em certo momento” será apropriado moderar estes aumentos, segundo trechos das atas de sua última reunião no fim de julho, publicados nesta quarta-feira (17).

Neste encontro, no qual decidiu-se por um segundo aumento de 0,75 ponto percentual das taxas de referência, os encarregados do organismo avaliaram que levará tempo para levar a inflação “inaceitavelmente alta” ao patamar de 2% que consideram adequado para a economia. Também avaliaram o “risco” de que as taxas possam subir mais do que o necessário, afetando a atividade econômica.

O banco central americano elevou suas taxas quatro vezes este ano, incluindo dois aumentos de 0,75 ponto percentual em junho e julho, com a inflação em 12 meses registrando 9,1% em junho.

Depois, o índice se moderou entre junho e julho, ficando em 8,5% em 12 meses, e os preços da gasolina, chaves no orçamento dos americanos e que dispararam após o início da guerra na Ucrânia, caíram nas últimas semanas.

Os membros do Comitê de Política Monetária do Fed (FOMC) já observaram em sua última reunião as quedas nos preços da energia e alguns sinais de que os desarranjos nas cadeias de abastecimento estão se ajustando.

No entanto, enfatizaram que não se pode confiar unicamente na queda dos preços da gasolina para que a inflação ceda. Uma redução da demanda é um fator-chave para aliviar a pressão sobre os preços, destacam as atas conhecidas como “minutas”.

O aumento agressivo de taxas começou a ter um impacto e enquanto alguns dirigentes do Fed esperam que a economia americana continue crescendo no segundo semestre do ano, muitos acreditam que o crescimento perderá força.