O Federal Reserve (Fed, Banco Central dos Estados Unidos) iniciou nesta terça-feira (15) sua reunião de política monetária, após a qual se espera um aumento das taxas de juros pela primeira vez desde o início da pandemia da covid-19, em um esforço para conter o aumento da inflação.
Os formuladores de políticas enfrentam a difícil tarefa de tentar conter os preços sem desacelerar o crescimento econômico, em um momento em que os custos de moradia, alimentação e energia sobem em um ritmo que não se via em 40 anos e em que as consequências da invasão russa da Ucrânia pioram a situação.
“A reunião do Comitê de Política Monetária (FOMC, na sigla em inglês) começou às 9h (10h em Brasília), conforme programado”, disse um porta-voz do Fed.
Ao término desta reunião, às 14h (15h em Brasília) desta quarta-feira (16), será divulgado um comunicado, e o presidente da entidade monetária, Jerome Powell, dará uma coletiva de imprensa às 14h30 (15h30 em Brasília).
Analistas preveem que, depois de dois anos em um patamar muito baixo de 0% a 0,25% para sustentar a economia por meio do consumo, as taxas de referência devem ter um primeiro aumento. Poderiam voltar para um intervalo de 0,25% a 0,50%, ou diretamente de 0,50% a 0,75%, o que seria um aumento incomumente acentuado.
Powell já se pronunciou muito claramente a favor de um aumento de apenas 0,25 ponto.
Este aumento levará os bancos comerciais a oferecerem aos seus clientes taxas de juro mais elevadas para empréstimos. Com isso, o Fed busca desacelerar o consumo e reduzir a pressão sobre os preços – sobretudo, porque a expectativa é que os problemas de abastecimento, que aprofundam a escassez de alguns produtos, ainda devem durar meses.
O Comitê de Política Monetária também dirá quantos aumentos de juros espera este ano e no próximo e atualizará suas previsões de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), de inflação e de desemprego.
Powell manifestou sua confiança em que o Fed está bem equipado para administrar os riscos de inflação, mas reconheceu a incerteza quanto ao impacto da guerra.
O Índice de Preços ao Produtor (PPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos subiu 10% nos 12 meses encerrados em fevereiro, e os preços dos bens registraram seu maior aumento mensal – em grande parte devido à energia -, informou hoje o Departamento americano de Energia nesta terça-feira.
Os preços do petróleo dispararam desde o início do conflito na Ucrânia, mas, nesta terça-feira, caíram abaixo de US$ 100 o barril, em meio ao otimismo sobre as negociações de paz entre Kiev e Moscou.