Presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de Chicago, Charles Evans afirmou nesta sexta-feira (9) que o Fed poderá comprar ainda mais ativos, caso a recuperação econômica perca fôlego nos Estados Unidos. Além disso, ele comentou que, nesse caso, os dirigentes esperariam “também mais apoio fiscal”. Em relação à pandemia da covid-19, alertou que o inverno no país pode representar um quadro “ainda mais desafiador”

Sem direito a voto nas decisões de política monetária neste ano, Evans falou em entrevista ao Yahoo Finance. Na sua análise, o BC ainda tem flexibilidade em sua política monetária, justamente na questão das compras de bônus.

Evans afirmou que, em sua perspectiva mais recente, previa um apoio fiscal extra de US$ 1 trilhão. Caso isso não se materialize, a tendência é revisar para baixo essas projeções, comentou. O dirigente lembrou também a situação difícil de muitas pequenas empresas americanas, com riscos para os proprietários e seus funcionários. Também notou que o quadro em governos estaduais e locais é “desafiador”, em momento de queda nas receitas tributárias e exigência de gastos com a pandemia. Evans lembrou que essas administrações são empregadores importantes e, caso comecem a demitir muito, isso aprofundará a crise no mercado de trabalho.

Para Evans, o mercado de trabalho se recuperou mais rápido do que o esperado, “especialmente em junho e julho”, mas perdeu fôlego posteriormente.

Futuro

Fazer previsões sobre a economia americana está se tornando algo mais difícil, devido a incertezas que compõem o cenário nas áreas fiscal, política e sanitária, diante do avanço da covid-19 nos Estados Unidos. A avaliação é do presidente da distrital de Richmond do Fed, Thomas Barkin, feita nesta sexta-feira, 9, durante evento da Câmara Regional de Fredericksburg.

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Ainda assim, o dirigente defendeu as medidas que têm sido tomadas para amenizar a crise. “Fed continua fazendo o que pode para garantir suporte à economia”, afirmou. “Autoridades fiscais já fizeram muito, mas poderiam fazer mais”, alertou, em meio ao impasse sobre a concessão adicional de estímulos fiscais no país. Segundo ele, ao menos, um bom sinal para a economia americana neste momento é a queda das hospitalizações pelo novo coronavírus.

Barkin aproveitou sua participação no webinar para trazer dados macroeconômicos recentes e para explicar mais um pouco sobre a estratégia de “inflação média” adotada recentemente pelo Fed. De acordo com o presidente da distrital de Richmond, sem direito a voto nas reuniões deste ano do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), em suma, a alteração de estratégia significa que a autoridade manterá os juros baixos nos Estados Unidos até que haja excesso de inflação ou riscos à estabilidade financeira. “Baixo desemprego, por si só, não levará a alta preventiva dos juros”, destacou. A explicação também vem sendo feita pelos pares de Barkin.


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