A Taxa de Longo Prazo (TLP), que balizará os empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a partir de janeiro, seguirá competitiva ao longo de 2018, afirmou nesta segunda-feira, 25, o diretor da Área de Operações Indiretas da instituição de fomento, Ricardo Ramos. O executivo também disse que não deverá haver problemas na implementação da TLP junto à rede de bancos repassadores, pois a Febraban, entidade que representa as instituições financeiras, se comprometeu com o prazo de janeiro.

“Principalmente em 2018, a TLP continuará competitiva”, afirmou Ramos, descartando a possibilidade de a mudança nos juros frear o movimento de recuperação dos desembolsos do BNDES para linhas indiretas, como a Finame, que financia a aquisição de bens de capital, e o BNDES Giro, para capital de giro.

Ramos lembrou que a TLP começará a valer com um redutor em relação aos juros das NTN-Bs de cinco anos. O objetivo do redutor é fazer com que a TLP comece a valer no mesmo patamar da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP, hoje em 7,0%), atual custo do crédito do BNDES, que é definida trimestralmente pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Apesar do compromisso público da Febraban, há uma preocupação com o ajuste dos sistemas de informática da rede bancária repassadora das operações indiretas do BNDES, como revelou o Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) no início do mês. O banco de fomento se diz preparado para cumprir o cronograma de começar com a TLP em janeiro, mas os bancos privados repassadores pediram mais prazo, tanto ao BNDES quanto à equipe econômica.

“O BNDES vai estar pronto (em janeiro). A Febraban se comprometeu com a meta e acho que vai conseguir cumprir”, disse Ramos, que participou nesta segunda da cerimônia de abertura do XVI Encontro Verde das Américas, na sede do BNDES, no Rio.

Por isso, mesmo com a mudança nos juros, o executivo acredita na possibilidade de cumprir a meta de liberar R$ 20 bilhões no BNDES Giro, nos 12 meses seguintes a partir de agosto passado. Ramos também vê continuidade no processo de melhoria dos dados de desembolsos da Finame, que, segundo ele, vem ocorrendo desde março, na esteira da supersafra agrícola e de alguma recuperação nos investimentos em modernização de maquinário.

“Vamos confirmar de vez a recuperação (nos dados de desempenho) quando ela chegar a (linhas de financiamento de) caminhões e ônibus”, afirmou Ramos.