O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal, afirmou nesta terça-feira, 12, que o acordo sobre as perdas da caderneta de poupança “traz importantes benefícios para sociedade, poupadores e bancos”. Murilo disse ainda que o Estado precisa ter capacidade de reagir a graves crises econômicas. “E este foi o objetivo dos planos”, disse, fazendo referência à defesa, pelo Banco Central, da constitucionalidade dos planos econômicos.

Portugal, no entanto, não citou um valor global para o acordo. A informação que circulava entre participantes das reuniões era de que o total de pagamentos seria algo em torno de R$ 10 bilhões e R$ 12 bilhões. Portugal não confirmou. “Em discussões, não abordamos valor total de pagamentos. O valor total de pagamentos dependerá da quantidade de adesões e de poupadores”, limitou-se a dizer.

Segundo Murilo, no entanto, cada instituição financeira sabe individualmente quanto pagará. “Eu não tenho essa informação.”

Questionado pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, a respeito de estimativas que circularam anos atrás, de que o valor total seria de R$ 341 bilhões, Portugal disse que este valor dizia respeito a um levantamento sobre o impacto se todos os poupadores com direito entrassem na Justiça. O acordo atual, lembrou ele, trata de pessoas que ingressaram na Justiça. “Números foram divulgados na imprensa, mas não tenho a totalização”, disse.

Portugal afirmou ainda que 60% dos poupadores estão concentrados na faixa de valores de até R$ 5 mil. “Quando poupadores de até R$ 5 mil aderirem, eles vão perceber imediatamente”, disse.

Os representantes de poupadores e bancos chegaram a um consenso sobre o pagamento de perdas ocorridas na caderneta de poupança em função dos planos econômicos das décadas de 1980 e 1990. Como informou o Broadcast<na noite de segunda=feira, 11, o acordo foi assinado entre as partes da AGU. Agora, o acordo depende da homologação do Supremo Tribunal Federal (STF) para começar a valer.