09/08/2016 - 11:18
Quem acompanhou os dois primeiros jogos da seleção brasileira feminina de basquete viu dois comportamentos distintos em quadra. No primeiro, contra as fortes australianas, o equilíbrio até o terceiro quarto mostrava um time maduro, consciente de suas limitações, mas capaz de superá-las. Na partida seguinte, contra o Japão, foi o oposto: falhas banais de marcação e imaturidade para decidir as jogadas. A mão das jogadoras brasileiras não temia o risco contra a Austrália, enquanto que diante das japonesas, ela tremia.
Por isso, as duas derrotas foram sentidas de forma diferente pela seleção brasileira. Numa, a cabeça erguida. Na outra, a decepção inesperada. Foi a ala Damiris, segunda maior pontuadora do Brasil na derrota para o Japão (82×66), com 17 pontos, que escancarou seu sofrimento e frustração, tanto com o resultado como com o comportamento da equipe. “Não está tudo bem”, disse ela. “Tudo que tínhamos de trazer do primeiro tempo da Austrália, não trouxemos. É difícil procurar um erro porque cometemos muitos erros. A gente não pode entrar desse jeito, um time apático. Estamos numa Olimpíada, com um querendo matar o outro. E eu sei lá como nós entramos em quadra.”
Essa insatisfação com a derrota, mais doída pelos próprios erros que pelos méritos do adversário, pode fazer bem à seleção. É preciso vencer dois dos próximos três compromissos para a equipe se classificar para a próxima fase. A missão é difícil, mas elas já demonstraram que têm grandeza para alcançar as vitórias. “Sempre falei que era possível ser segundo ou último desse grupo. Agora é vencer, vencer e vencer”, diz o técnico Antonio Carlos Barbosa. “Então, tudo pode acontecer nas próximas partidas.” Se todas as jogadoras sofrerem a derrota como Damiris sofreu, é sinal de que querem buscar um resultado diferente.