Fávaro se esquiva sobre reforma ministerial e garante controle do preço dos alimentos

Ministro da Agricultura nega qualquer tentativa de intervenção nos preços, culpa fatores climáticos e o dólar, e reafirma não haver ‘pirotecnia’ para conter a inflação

Guilherme Martimon/MAPA
Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro pode deixar pasta para dar lugar a Arthur Lira (Progressistas-AL) Foto: Guilherme Martimon/MAPA

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, garantiu que não haverá interferências para conter a alta nos preços dos alimentos e avalia que a crise pode ter um fim em breve. Em entrevista ao site IstoÉ, Fávaro afirmou que a safra prevista para este ano e a queda do dólar apresentada nos últimos dias devem segurar os preços nas próximas semanas.

Nos últimos meses, os preços dos alimentos dispararam nas prateleiras dos supermercados, impulsionando o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) nos últimos 12 meses. Mesmo com uma queda de 0,27% em janeiro, a primeira em 10 meses, o IGP-M está em 6,75%.

“Há uma alta nos preços dos alimentos, principalmente provocada pelos problemas climáticos do ano passado, como a seca no Centro-Oeste, que serão superados com a safra a ser colhida agora”, afirmou.

O discurso de Fávaro está bem alinhado ao do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tem culpado fatores externos pela alta no preço dos alimentos. Em entrevista às rádios Metrópole e Sociedade, da Bahia, o petista afirmou que “se o produto está caro, não compra”.

Carlos Fávaro ainda criticou as especulações sobre interferência nos preços e negou que a hipótese tenha sido cogitada. Uma reunião no Palácio do Planalto deve ser realizada nos próximos dias para definir os planos para a redução dos valores nas prateleiras.

“Nós não vamos, em hipótese alguma, tomar medidas heterodoxas, fazer pirotecnia, o presidente Lula tem dito isso toda hora. Parece que há insistência em dizer que propomos medidas heterodoxas para sermos criticados.”

“Vamos aumentar o investimento no Plano Safra, direcionar para produtos vulneráveis. São questões óbvias. Além do monitoramento, que nada tem a ver com intervenção, mas sim acompanhar para poder estimular aquilo que é mais importante no momento.”

Fávaro é um dos cotados a deixar a Esplanada dos Ministérios na reforma ministerial prevista por Lula nos próximos dias. A tendência é que ele dê lugar a Arthur Lira (Progressistas-AL), ex-presidente da Câmara dos Deputados.

Questionado pelo site IstoÉ sobre o assunto, Carlos Fávaro desconversou e disse que a decisão cabe a Lula.

“Essa pergunta eu vou ser objetivo. Tem que perguntar para o presidente Lula”, declarou.